ATA DA TRIGÉSIMA NONA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 19-5-2005.
Aos dezenove dias do mês de maio de dois mil e
cinco, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, sendo
respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Bernardino Vendruscolo,
Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Haroldo de
Souza, João Antonio Dib, José Ismael Heinen, Mario Fraga, Nereu D'Avila, Neuza
Canabarro, Professor Garcia e Raul Carrion. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu
Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão,
Elias Vidal, Ervino Besson, Gerson Almeida, Ibsen Pinheiro, João Carlos Nedel,
Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Márcio Bins Ely, Maria Celeste, Maristela
Meneghetti, Maurício Dziedricki, Mônica Leal, Paulo Odone, Sebastião Melo,
Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Constatada a existência de quórum, o Senhor
Presidente declarou abertos os trabalhos e foram aprovadas as Atas da Trigésima
Terceira e Trigésima Quarta Sessões Ordinárias. À MESA, foram encaminhados:
pela Bancada do PDT, o Projeto de Resolução nº 101/05 (Processo nº 3118/05);
pela Vereadora Neuza Canabarro, os Pedidos do Providências nos 1043,
1044 e 1045/05 (Processos nos 3095, 3096 e 3097/05,
respectivamente); pelo Vereador Sebastião Melo, os Pedidos de Providências nos
1029 e 1030/05 (Processos nos 3040 e 3041/05, respectivamente), os
Pedidos de Informações nos 117, 128, 129 e 130/05 (Processos nos
2884, 3114, 3115 e 3119/05, respectivamente). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios
nos 2207, 10188540, 10188558, 10188572, 10188622, 10188709,
10188719, 10189427, 10189429 e 10189617/05, do Fundo Nacional de Saúde do
Ministério da Saúde; Comunicado nº 54677/05, do Senhor José Henrique Paim
Fernandes, Presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE. Na ocasião, em face de Questão de Ordem
formulada pelo Vereador Professor Garcia, o Senhor Presidente prestou
informações acerca da votação, durante a presente Sessão, das Atas da
Trigésima Terceira e Trigésima Quarta Sessões Ordinárias. A seguir, foi iniciado o GRANDE EXPEDIENTE, tendo o
Senhor Presidente informado que, durante esse período, seria realizada homenagem ao
transcurso dos sessenta e um anos da Polícia Federal. Compuseram a Mesa: o
Vereador Elói Guimarães, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o
Senhor Mauro Sparta, Secretário de Estado do Meio Ambiente; o Delegado Alciomar Goersch,
Diretor de Administração e Logística Policial, representando o Diretor-Geral do
Departamento de Polícia Federal, Senhor Paulo Fernando da Costa Lacerda; o
Delegado Rubem Albino Fockink, Superintendente Regional da Polícia Federal no
Estado do Rio Grande do Sul. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Elói Guimarães,
como proponente da presente homenagem, discorreu sobre o papel desempenhado
pela Polícia Federal no sistema brasileiro de segurança pública, declarando que
a eficiência e o profissionalismo observados na atuação dessa entidade no Rio
Grande do Sul têm garantido o reconhecimento e a credibilidade junto à população.
Ainda, lembrou a importância de se ter, como Diretor-Geral do Departamento de
Polícia Federal, o gaúcho Paulo Fernando da Costa Lacerda. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, o Vereador Adeli Sell saudou o transcurso dos sessenta e um anos da
Polícia Federal, elogiando a atuação desses policiais em ações direcionadas ao
combate da corrupção e da criminalidade. Nesse sentido, teceu considerações
acerca da “Operação Hidra”, levada a efeito por essa instituição nos Estados do
Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que resultou na prisão de cinqüenta e
nove pessoas envolvidas em casos ligados ao crime organizado no País. Na
ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Tarcízio Teixeira
Cardoso, Secretário do Gabinete de Acessibilidade e Inclusão Social. Após, o
Senhor Presidente concedeu a palavra aos Delegados Rubem Albino Fockink e
Alciomar Goersch, que agradeceram a homenagem hoje prestada pela Câmara
Municipal de Porto Alegre à Polícia Federal. Às quatorze horas e quarenta e
dois minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às
quatorze horas e quarenta e sete minutos, constatada a existência de quórum. Em
GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Haroldo de Souza questionou decisão da Comissão
de Constituição e Justiça, de existência de óbice de natureza jurídica à
tramitação do Projeto de Lei do Legislativo nº 009/05, e manifestou-se acerca
do Projeto de Lei do Legislativo nº 106/03, de sua autoria, contestando o
Parecer aposto a esse Projeto pelo Vereador Almerindo Filho. Ainda, apoiou a implantação,
pelo Governo Municipal, de um Hospital de Pronto Socorro na Zona Sul da Cidade.
Em COMUNICAÇÕES, o Vereador João Antonio Dib comentou matérias publicadas hoje
dos jornais Zero Hora e Jornal do Comércio, acerca de problemas observados
quanto à conservação de faixas de segurança para pedestres no Município,
lembrando medidas a esse respeito assumidas por Sua Excelência, quando na
titularidade da Secretaria Municipal dos Transportes. Também, informou serem os
blocos de concreto o material mais durável e adequado à instalação desse tipo
de sinalização. A Vereadora Mônica Leal pronunciou-se acerca do Projeto de
Emenda à Lei Orgânica nº 007/05, de autoria do Vereador Aldacir Oliboni,
referente à prática de nepotismo na Administração Pública Municipal,
classificando como discriminatório o teor desse Projeto. Sobre o tema,
reportou-se ao período em que Sua Excelência atuou como funcionária pública
municipal, afirmando ter realizado um trabalho marcado pela competência e
responsabilidade no cumprimento de suas funções. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Vereador Dr. Goulart manifestou-se criticamente sobre Projeto de Lei de autoria
do Vereador Aldacir Oliboni, que propõe a proibição de nepotismo na esfera
municipal, alegando que essa preocupação não merece a relevância que se quer
dar a ela, porque, segundo Sua Excelência, não existe Lei Federal
regulamentando o assunto. Ainda, questionou o Vereador Aldacir Oliboni acerca
de irregularidades no Governo Federal, divulgadas pela imprensa. Em
COMUNICAÇÕES, o Vereador Aldacir Oliboni discorreu acerca do Projeto de sua
autoria que proíbe a prática de nepotismo no Município, mencionando que sua intenção
com essa iniciativa é combater o problema de forma geral, não sendo destinado
especificadamente a nenhum Parlamentar desta Casa. Em relação ao assunto,
afirmou que a maioria da sociedade é contrária à prática do nepotismo, justificando
que os cidadãos devem conhecer a opinião de cada Vereador sobre o tema. Na oportunidade,
o Senhor Presidente registrou o transcurso do aniversário, hoje, do Senhor Ivo
da Silva Marinho, Subchefe de Segurança desta Casa. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Vereador Luiz Braz discursou a respeito do nepotismo, ressaltando que o real
significado do termo está intimamente vinculado à palavra “favorecimento” e
questionando a ocorrência de nomeações de servidores do Governo Federal. Nesse
sentido, contestou a distribuição de panfletos, por parte do Vereador Aldacir
Oliboni, os quais questionam a posição de Vereadores desta Casa, contrários ao
Projeto que proíbe o nepotismo. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Bernardino Vendruscolo
manifestou-se favoravelmente à construção de um hospital de pronto socorro na
Zona Sul da Cidade, citando casos de pessoas que perderam a vida em função da
distância dos pronto socorros atualmente existentes. Ainda, comentou o comércio
de bloqueadores de ar para medidores de água residenciais, propugnando por
maiores informações a respeito do assunto por parte da Prefeitura Municipal. Na
oportunidade, por solicitação do Vereador Carlos Todeschini, foi realizado um minuto
de silêncio em homenagem póstuma à Senhora Zitha Vardanega Simon, falecida
ontem, mãe da Senhora Ana Rita Vardanega Simon, Coordenadora do Gabinete de
Planejamento desta Casa. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Mario Fraga elogiou o
trabalho desenvolvido pelo Senhor Pedro Gus à frente da Secretaria Municipal de
Saúde, afirmando que as políticas públicas implantadas nessa área vem melhorando
as condições de atendimento médico à população. Ainda, considerou inadequada a
iniciativa do Vereador Aldacir Oliboni em distribuir panfletos à população, a
respeito da prática do nepotismo neste Legislativo. Na ocasião, o Senhor Presidente
registrou a presença da Senhora Bernadete Vidal, ex-Vereadora desta Casa. Em
COMUNICAÇÕES, a Vereadora Sofia Cavedon referiu-se à questão do nepotismo,
alegando que o problema deve ser tratado de maneira isenta e ampla. Também,
asseverou que os Governos Municipal e Estadual não estão executando medidas
eficazes para melhorar a situação do ensino público, mencionando que a Comissão
de Educação, Cultura e Esportes visitou hoje escolas municipais e constatou inadequação
nas instalações físicas desses locais. Em PAUTA, Discussão Preliminar,
estiveram: em 1ª Sessão o Substitutivo no 02 ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 084/03, discutido pela Vereadora Manuela d'Ávila e pelos
Vereadores João Antonio Dib e Raul Carrion, os Projetos de Lei do Legislativo nos
002, 133 e 136/05, 237/04, este
discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e Carlos Comassetto, 122/05, discutido pelo Vereador João Antonio
Dib, os Projetos de Resolução nos 082, 089, 091, 092 e 093/05;
em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo
nos 125/05, 016/05,
este discutido pelo Vereador Carlos Comassetto, 090/05, discutido pelos
Vereadores Bernardino Vendruscolo e João Antonio Dib, 118/05, discutido pelos
Vereadores João Antonio Dib e Carlos Comassetto, o Projeto de Lei do Executivo nº 006/05, discutido pelo Vereador Carlos
Comassetto; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei Complementar do Legislativo nos
019/05, 022/05, este discutido pelo Vereador Bernardino Vendruscolo, 016/05,
discutido pelos Vereadores Carlos Comassetto e Bernardino Vendruscolo, o
Projeto de Lei do Legislativo nº 124/05, discutido pela Vereadora Manuela
d'Ávila; em 5ª Sessão, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 007/05, discutido
pelo Vereador João Antonio Dib. Na ocasião, em face de Questão de Ordem
e manifestação formuladas, respectivamente, pelos Vereadores João Antonio Dib e
Raul Carrion, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da votação de
Requerimentos de Representação Externa sem ônus para esta Casa, nos termos do
parágrafo 4º do artigo 218 do Regimento. Também,
foi aprovado o Requerimento nº 152/05 (Processo nº 3170/05 – Autorização para
representar externamente esta Casa no “7º Congresso do Movimento Democrático de
Mulheres” e no “Ato de Solidariedade com a África”, a serem realizados nos dias
vinte e um e vinte e dois de maio do corrente, em Lisboa – Portugal, e em
eventos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, em Brasília – DF, a
serem realizados nos dias vinte e três e vinte e quatro de maio do corrente),
de autoria da Vereadora Clênia Maranhão, após ser encaminhado à votação pelo
Vereador Adeli Sell e pela Autora. Ainda, foi aprovado o Ofício nº 029/05, de autoria do Vereador Raul
Carrion, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo
no Seminário Internacional “Legislação e Gestão Urbana”, a ser realizado nos dias primeiro e dois de
junho do corrente, na Câmara dos Deputados, em Brasília – DF, após ter
sido encaminhado à votação pelo Autor. Em continuidade, foi apregoado o Requerimento nº 158/05 (Processo nº 3247/05),
de autoria da Vereadora Manuela d'Ávila e do Vereador Raul Carrion, solicitando
sejam investigadas por esta Casa agressões verbais e físicas que teriam sido
cometidas pelo Vereador Luiz Braz contra os Requerentes ao final da Trigésima
Sexta Sessão Ordinária, do dia doze de maio do corrente, tendo os Vereadores
Luiz Braz, João Antonio Dib, Mario Fraga, Sofia Cavedon e Claudio Sebenelo se
manifestado a respeito e o Senhor Presidente esclarecido que iria examinar o
referido Requerimento, a fim de tomar as providências que julgasse cabíveis.
Também, o Vereador Nereu D'Avila formulou Requerimento verbal, solicitando que
seja analisado o teor de panfleto divulgado ao público pelo Vereador Aldacir
Oliboni, no qual teriam sido feitas acusações infundadas a Vereadores deste
Legislativo que se posicionaram contrariamente ao Projeto de Emenda à Lei Orgânica
nº 007/05, que veda a prática de nepotismo nas esferas da Administração Pública
Municipal, tendo os Vereadores Aldacir Oliboni, José Ismael Heinen e Haroldo de
Souza manifestado-se sobre o assunto e o Senhor Presidente solicitado que o
referido Requerimento fosse feito por escrito. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Vereador Sebastião Melo externou sua posição a respeito das discussões em torno
da possibilidade de proibição do nepotismo em nível municipal, alegando que
esses debates carecem de discussões mais aprofundadas, uma vez que, segundo Sua
Excelência, o Partido dos Trabalhadores não tem autoridade moral para pregar a
ética no Município ou no País. Também, criticou o Governo Federal pelas
nomeações feitas por meio de Medidas Provisórias. O Vereador Paulo Odone
discordou da forma como vem sendo conduzida a discussão em torno do Projeto que
veda a prática do nepotismo na Administração Pública de Porto Alegre, ressaltando
que nem todos os políticos que empregam parentes o fazem por motivos escusos.
Nesse sentido, atentou para injustiças que podem ser cometidas com a aprovação
desse Projeto, relatando dificuldades encontradas quando proposta semelhante
foi aprovada no Estado. O Vereador Raul Carrion convidou os Vereadores para
audiência pública que será realizada no dia vinte e três de maio do corrente,
na Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, para debater o
Projeto de Reforma Política em tramitação na Câmara dos Deputados. Ainda,
referiu-se à audiência pública ocorrida hoje de manhã na Comissão de Serviços
Públicos da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, para tratar
da revitalização do Porto de Porto Alegre. Em continuidade, os Vereadores
Claudio Sebenelo e Raul Carrion manifestaram-se sobre o representante indicado
por esta Casa para compor a Comissão Especial do Porto dos Casais – Agência
Gaúcha de Fomento – RS. A seguir, constatada a existência de quórum, foi
iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador
Mario Fraga, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante
na Ordem do Dia. Em Votação, foram aprovados o Projeto de Resolução nº 074/05 e
a Emenda nº 01 a ele aposta. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o
Projeto de Resolução nº 039/05. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi
aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 044/05, por trinta votos SIM, tendo
votado os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo,
Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino
Besson, Gerson Almeida, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib,
João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Márcio Bins
Ely, Maria Celeste, Mario Fraga, Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki,
Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Professor Garcia, Raul Carrion,
Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. A seguir, foi aprovado
Requerimento de autoria do Vereador Raul Carrion, solicitando a retirada de
tramitação do Projeto de Resolução nº 042/05 (Processo nº 0107/05). Também, foi
aprovado Requerimento de autoria do Vereador Nereu D'Avila, solicitando o
adiamento, por cinco Sessões, da discussão do Projeto de Lei do Legislativo nº
129/02 (Processo nº 2175/02). Em Discussão Geral, 1ª Sessão, esteve o Projeto
de Resolução nº 077/05, o qual foi discutido pelos Vereadores Adeli Sell, João
Antonio Dib, Sebastião Melo, Ervino Besson, Gerson Almeida, Raul Carrion,
Carlos Todeschini, Carlos Comassetto e Sofia Cavedon. Durante a apreciação do
Projeto de Resolução nº 077/05, o Vereador Haroldo de Souza cedeu seu tempo de
discussão ao Vereador Sebastião Melo. Às dezoito horas e trinta e um minutos,
constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os
trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos
Vereadores Elói Guimarães, Nereu D'Avila e João Carlos Nedel e secretariados
pelo Vereador Nereu D'Avila. Do que eu, Nereu D'Avila, 1º Secretário,
determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída em avulsos e
aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
Hoje este
período é destinado a assinalar o transcurso do 61º aniversário da Polícia
Federal, nos termos do Requerimento proposto pela Presidência da Casa.
Convidamos
para compor a Mesa o Dr. Mauro Sparta, Secretário de Estado do Meio Ambiente;
Delegado Alciomar Goersch, Diretor de Administração e Logística Policial, neste
ato representando o Diretor-Geral do Departamento de Polícia Federal, Sr. Paulo
Fernando da Costa Lacerda; Delegado Rubem Albino Fockinki, Superintendente
Regional da Polícia Federal no Estado do Rio Grande do Sul. Cumprimento os
demais policiais aqui presentes.
O SR. PROFESSOR GARCIA (Questão de
Ordem): Caro Presidente, V. Exª aprovou as atas sem quórum, não havia
dezenove Vereadores no plenário. Então, vou solicitar que a votação seja
retirada das notas taquigráficas, para que, quando houver quórum, V. Exª as
coloque em votação. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Agradeço a V. Exª, posteriormente colocaremos as
referidas atas em votação.
Constituída a Mesa da solenidade,
solicito ao Ver. Nereu D’Avila, Sr. 1º Secretário, que assuma a presidência dos
trabalhos para que este Vereador possa se manifestar.
(O Ver. Nereu
D’Avila assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. (Saúda os
componentes da Mesa e demais presentes.) Quero cumprimentar, também, os demais
policiais das diferentes áreas da nossa Polícia Militar, destacando a presença
do Ademar e do Diretor desta Casa, o Delegado e ex-Vereador Leão de Medeiros,
que é o Presidente da Asdep - Associação dos Delegados de Polícia do Estado do
Rio Grande do Sul. Gostaria de citar todos.
Quero dizer,
Sr. Presidente, Srs. Vereadores e policiais aqui presentes, que há muito se
fazia importante a Câmara Municipal de Porto Alegre, a Casa do Povo da Cidade
de Porto Alegre, prestar uma homenagem a nossa Polícia Federal, pelos
relevantíssimos trabalhos e serviços que essa Instituição vem prestando ao
nosso País.
Há questão de
um mês, tivemos oportunidade de participar do ato inaugural da sede da Polícia
Federal, aqui na Av. Ipiranga. A Polícia Federal, hoje, tem um prédio
compatível com o papel que ela desempenha no Estado do Rio Grande do Sul.
Sempre achamos - e todos achávamos - que a Instituição, na Av. Paraná, não estava
exatamente no lugar que lhe corresponde pela sua importância. Ela tinha de
estar melhor colocada, até para facilitar o acesso à população, às pessoas que
procuram a Polícia Federal, dado que o seu espectro de competência é muito
grande.
Então, a Casa há muito devia esta
homenagem, e entendemos de prestá-la nesta oportunidade, chamando a atenção,
exatamente, para a sua importância. Esta Casa, meus caros policiais, tem-se
caracterizado por destacar, sim, os papéis que as instituições, sejam públicas,
sejam privadas, exercem para o bem da sociedade, para o bem do nosso País. E a
Polícia Federal goza, hoje, de um enorme prestígio. Eu estou dizendo aqui na
tribuna o óbvio. Goza de um enorme prestígio pela sua eficiência, pela
eficiência dos seus quadros técnico-profissionais, através das suas academias,
formando homens de qualidade e profissionais na sua atividade, uma atividade
tão importante e fundamental como é exatamente o papel que corresponde à
Polícia Federal.
Por isso, Ver. Ervino Besson,
quando V. Exª dispunha deste tempo, pedi a V. Exª para fazermos esta homenagem,
e V. Exª prontamente nos colocou o tempo à disposição. Quando este Vereador
tiver tempo no Grande Expediente, quero oferecer a V. Exª para que também possa
prestar as homenagens que entender.
Portanto, respeitabilidade,
eficiência e credibilidade constituem os verdadeiros pilares da Polícia
Federal. Para elencarmos aqui as suas atribuições, precisaríamos de muito
tempo, porque a Polícia Federal, como órgão federal, é a Polícia da União, por
assim dizer; ela faz a função de Polícia do Estado, Estado brasileiro, o Estado
Federal. E está afeta a questões as mais importantes, como o combate ao
tráfico; é Polícia portuária, é Polícia de aeroporto, enfim, ela tem um papel
gigantesco, mormente quando a violência cada dia mais se sofistica e num país
continental como o nosso, com enorme costa marítima, um país com oito milhões
de quilômetros quadrados. Pois bem, temos que ter uma Polícia como efetivamente
estamos tendo, uma Polícia Federal que possa desempenhar o seu papel
constitucional neste imenso País.
Portanto, a Câmara Municipal de
Porto Alegre não poderia perder a oportunidade de fazer esta homenagem,
mormente quando temos na Direção-Geral da Polícia Federal um gaúcho, Paulo
Fernando da Costa Lacerda. Para nós, um gaúcho na Direção-Geral é motivo também
de grande satisfação, porque se trata de uma grande organização, uma grande
Instituição.
O Sr. João Antonio
Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Nobre Ver. Elói Guimarães, em nome do Partido Progressista, também
queremos saudar a Polícia Federal. E o fazemos lembrando a extraordinária
figura do Coronel Macksen e também do nosso Delegado Fernando D’Andrea, este
último aposentado e vivo entre nós. Saúde e PAZ!
O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Muito obrigado, Ver. Elói Guimarães, pelo aparte. Eu quero cumprimentar a
Polícia Federal e dizer que nunca se prendeu tanto “gato” neste País, mas
“gato” de raça, “gato” grande - os pequenos sempre se prenderam. E mais uma vez
se confirma o objetivo que têm essas entidades policiais e fiscalizadoras, de
terem um procedimento preventivo e investigativo, porque a maioria dos órgãos
hoje só age mediante provocação da sociedade. Enquanto isso não ocorre, as
pessoas ignorantes são exploradas. Obrigado.
O Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Elói, é claro
que, quando o Presidente da Casa fala, ele fala por toda a Casa, mas o PSDB não
poderia deixar de se manifestar para saudar a Polícia Federal no seu
aniversário. O que nos rejubila, o que nos engrandece é saber que a Polícia
Federal é uma instituição que não se partidarizou. Ela continua fazendo o seu
trabalho com muita dignidade, por isso merece todos os nossos aplausos.
O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Em nome da Bancada do PDT, quero fazer uma saudação muito especial e muito
carinhosa. Vou citar dois policiais: o Delegado La Corte, que deve estar
aposentado, com quem tive um trabalho nos anos 70, uma pessoa espetacular, que
demonstrou a competência e o trabalho da Polícia Federal; e quero citar também
um que não está aposentado ainda, grande amigo meu, que é o Adelar. Em nome da
Bancada do PDT fica este grande abraço, a nossa homenagem. Vida longa, e que
Deus esteja sempre ao lado de vocês, porque o trabalho de vocês não é nada
fácil, enfrentam riscos todos os dias. Nosso fraterno abraço.
O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, receba também os nossos
cumprimentos pelo aniversário, registrando, sim, a importância dos relevantes
serviços que a Polícia Federal presta à Nação brasileira, ainda mais agora.
Muito obrigado.
O Sr. Raul Carrion: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Ver. Elói Guimarães, Presidente desta Casa, em primeiro lugar, quero
parabenizá-lo e trazer, em meu nome e da Verª Manuela D’Ávila, Líder da
Bancada, um grande abraço à Polícia Federal, que aliás tem feito um trabalho na
repressão às ilegalidades neste País nos últimos anos; tem chamado atenção a
sua eficiência e a sua competência. Quero também lembrar o meu primo, Gilberto
Kroeff, Delegado da Polícia Federal, pois muito me honro em tê-lo entre os parentes
mais próximos. Muito obrigado.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Incorporo os apartes à nossa manifestação e já
estou encerrando, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, destacando que é um momento
muito importante este em que a Casa destaca o papel relevantíssimo que tem e
que faz a Polícia Federal na defesa da sociedade, na defesa do Brasil. Nem
vamos enumerar aqui os sacrifícios, os holocaustos, o preço que a Polícia
muitas vezes paga pela ação que exerce. A Polícia Federal, a sua instituição,
por assim dizer, são os policiais; é exatamente esse conjunto de homens e
mulheres policiais distribuídos nos diferentes setores e escalões da
instituição que forma esta magnífica Polícia Federal; uma Polícia, Srs.
Vereadores e Sras. Vereadoras, que coteja com as melhores Polícias federais dos
países do Primeiro Mundo. Esta é a homenagem que a Casa, que a Cidade - porque
quando um Vereador fala quem fala é a Cidade - de Porto Alegre faz, agradecendo
a atividade, a ação, a luta, a perseverança, enfim, da Polícia Federal em nossa
Cidade, em nosso Estado e, de resto, no nosso País.
Portanto, mais
uma vez, receba a Polícia Federal os nossos respeitos, a nossa saudação e a
convicção de que cada vez mais a Polícia Federal vai cumprir na forma da lei
com os compromissos de defesa da sociedade. Ela está a serviço da sociedade
acima das possíveis querelas no campo ideológico, político, etc. e tal. Ela
está, sim, a serviço do Brasil. Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado
pelo orador.)
(O Ver. Elói
Guimarães reassume presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Não poderia
deixar de me manifestar, neste momento, não apenas para homenagear, mas para
fazer uma defesa da Polícia Federal, do seu trabalho, da sua coerência e da sua
retidão. Hoje estamos vendo de norte a sul deste País, nos quatro cantos desta
Nação, uma ação da Polícia Federal que está mostrando que este País tem jeito,
que este País pode mudar e que nós podemos acreditar no serviço público, na
retidão das pessoas e que o crime organizado pode ser derrotado. É evidente a
ação da Polícia Federal, hoje dirigida pelo Delegado Lacerda, por pessoas, por
senhores, por senhoras que dedicam o seu tempo, colocam a sua coragem, colocam
a sua determinação.
E mais: hoje
nós estamos vendo uma Polícia Federal com atitudes, que não pede licença para o
Governo; porque a Polícia Federal, mesmo vinculada ao Governo Federal, tem o
seu regramento, tem as suas diretrizes, as suas normas, não pede licença para
Governador para que possa agir no Estado, não pede licença para os coronéis dos
Municípios do Interior de Alagoas para prender Prefeitos, para prender
ex-Prefeitos, para prender Parlamentares! Não. A Polícia Federal está fazendo o
que todas as instituições deste País deveriam fazer - sem exceção! -: trabalhar
em coordenação com a Receita Federal, trabalhar com o Ministério Público
Judiciário, trabalhar com outras instituições.
Eu sei que a
Polícia Federal precisa de suporte técnico, profissional, precisa de estrutura.
Muitas vezes, eu sei que os senhores precisam fazer parceria com o Exército
Brasileiro para ficar em algum lugar onde o Exército lhes dê guarida. Eu sei
que, muitas vezes, os senhores não têm dinheiro para ficar em um hotel e que
dão um jeito de ir para as nossas fronteiras - onde ninguém quer ir - e prendem
os ladrões, prendem os marginais, prendem aqueles que cometem atos de ilegalidade
neste País!
Eu digo que
temos de usar as palavras como elas são usadas no nosso bom português: combate
sem tréguas, combate às ilegalidades, tolerância zero! Mesmo que seja uma
palavra do português que talvez, hoje, por alguns, esteja vinculada à questão
do combate à criminalidade em Nova Iorque, que dá frisson em alguns setores, tanto na direita, quanto na esquerda! É
bobagem, porque, no bom português, todo mundo entende o que é tolerância zero
com o crime. Quando a gente vê o que acontece hoje neste País, onde Assembléias
Legislativas, como a de Rondônia, fazem com que nós, na rua, sejamos
questionados; mesmo nós, que somos conhecidos pela nossa retidão, temos de dar
explicação por causa de Deputados corruptos, como os Prefeitos, ex-Prefeitos e
Secretários que foram presos em Alagoas! Os senhores e as senhoras fazem muito
bem: dão o exemplo! Dão o exemplo para este País.
E eu tenho
certeza, meu caro Presidente Elói Guimarães, que, com a sua proposição, com a
sua homenagem, V. Exª abre as possibilidades para dizermos estas palavras,
assim como nós também aprovamos dois ou três Requerimentos de Moção de
Solidariedade.
Eu quero falar sobre a recente
Operação Hidra, há poucos dias realizada nos Estados do Paraná, do Mato Grosso
e do Mato Grosso do Sul. Nós verificamos, com a prisão de 59 corruptos,
marginais, homens do crime organizado, que é possível acabar com o crime
organizado no País. Mas, para isso, eu espero que as pessoas se espelhem no
trabalho realizado por vocês, que as pessoas que têm responsabilidades públicas
tenham atitudes, porque hoje temos pouca gente com responsabilidade, com
coragem, que tem “a atitude de colocar a cara para bater”. Inclusive, nos
nossos Parlamentos, são feitos cálculos eleitorais, são feitas disputas
político-partidárias sobre idiossincrasias que já deveriam ser parte do nosso
passado!
Por isso, Polícia Federal,
senhoras e senhores, os senhores são o orgulho deste País! Por isso que eu
brado aqui: avante, Polícia Federal, para o bem do País; contra a corrupção,
contra a marginalização, e tolerância zero com o crime. Muito obrigado.
(Palmas.)
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós registramos a presença do Sr. Tarcízio Cardoso, Secretário
Municipal de Acessibilidade e Inclusão Social.
O Delegado Rubem Albino Fockinki,
Superintendente Regional da Polícia Federal no Estado do Rio Grande do Sul,
está com a palavra.
O SR. RUBEM ALBINO FOCKINKI: Exmo. Sr. Ver. Elói Guimarães, Presidente da Câmara de Vereadores de
Porto Alegre; Exmo. Sr. Mauro Sparta, Secretário de Estado do Meio Ambiente;
demais Vereadores, em especial o nobre Ver. Adeli Sell, por suas gratificantes
palavras; demais autoridades mencionadas, senhoras e senhores, saúdo todos os
colegas servidores, policiais e administrativos, da Polícia Federal do Estado
do Rio Grande do Sul aqui presentes, dizendo que é com grande satisfação e
júbilo que recebemos esta homenagem, prestada pela Casa do Povo de Porto
Alegre. É como se a própria população porto-alegrense e gaúcha dissesse que o
trabalho da Polícia Federal está sendo bem feito.
O Departamento de Polícia
Federal, órgão permanente de Estado, cujas atribuições constam da própria
Constituição Federal, tem, ao longo dos anos, angariado sempre mais a simpatia
e o reconhecimento do povo do Rio Grande do Sul e do Brasil, mercê do trabalho
incansável dos seus servidores, homens e mulheres, policiais e administrativos,
devotados no ideal de bem servir aos cidadãos deste País. Na verdade, pertencer
a esse órgão é deveras gratificante e motivo de muito orgulho, mas também um
verdadeiro sacerdócio, em que a abnegação e a dedicação ao trabalho são a
tônica maior, com tarefas perigosas e árduas marcando o dia-a-dia de cada um.
Ver esse trabalho reconhecido é
gratificante e emocionante. Por isso, em nome da Superintendência da Polícia
Federal do Rio Grande do Sul, agradecemos, mais uma vez, a gentil e honrosa
homenagem desta nobre Casa de Vereadores, sempre tão atuante e presente na vida
dos cidadãos desta bela e acolhedora Capital de todos os gaúchos. Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Sr. Alciomar Goersch, Delegado da Polícia
Federal, que neste ato representa o Diretor-Geral do Departamento de Polícia
Federal, Sr. Paulo Fernando da Costa Lacerda, está com a palavra.
O SR. ALCIOMAR GOERSCH: Exmo. Sr. Elói Guimarães, mui digno Presidente da
Câmara de Vereadores de Porto Alegre, em nome de quem, com a devida vênia,
cumprimento as demais ilustres autoridades componentes desta Mesa; cumprimento
também os Srs. Vereadores e funcionários desta Casa Legislativa; saúdo as
autoridades já nominadas pelo cerimonial, que com suas presenças abrilhantam
este evento e saúdo todos os servidores policiais e administrativos da Polícia
Federal no Estado do Rio Grande do Sul. Senhoras e senhores, inicialmente, em
nome do Dr. Paulo Fernando da Costa Lacerda, Diretor-Geral do Departamento de
Polícia Federal, que, devido a compromissos inadiáveis em Brasília, não pôde
aqui comparecer, o qual tenho a honra de representar, quero, em seu nome e de
todos os integrantes da nossa Instituição, agradecer a homenagem que esta Casa
presta à Polícia Federal pelos seus 61 anos de efetivo serviço prestado à
sociedade brasileira.
Polícia essa
que teve a sua origem no ano de 1944 quando da transformação da Polícia Civil
do Distrito Federal, no Rio de Janeiro, em Departamento Federal de Segurança
Pública, o DFSP, por meio do Decreto nº 6.378, de 28 de março daquele ano, da
lavra do então Presidente Getúlio Vargas, que determinou a atual denominação de
Departamento de Polícia Federal, DPF, ocorrida no ano de 1967 por força do
Decreto-Lei nº 200 em seu art. 210, ficando instituído o dia 28 de março como
data comemorativa da criação do DPF, conforme estabeleceu o Decreto nº 5.279,
de 22 de novembro de 2004, que alterou o Decreto nº 98.380, de 1989.
Ao longo
desses 61 anos de serviços prestados, a Polícia Federal tem-se dedicado
incessantemente ao combate, sem tréguas, ao crime organizado, ao tráfico de
drogas, ao tráfico de armas e munições, aos crimes ambientais, à biopirataria,
à corrupção e a outras tantas modalidades de crimes que assolam nossa Nação e
que precisam ser combatidos com engajamento das instituições públicas e
privadas para que se tenha a tão almejada tranqüilidade e paz social. Já temos
um relevante histórico de parcerias bem sucedidas com este Parlamento, que
soube, através dos tempos, instrumentalizar, por meio da nossa Superintendência
Regional, ações em benefício do povo porto-alegrense. Tenho a certeza de que a
homenagem que ora a Polícia Federal publicamente recebe dos legítimos
representantes do povo simboliza para todos nós, integrantes dos seus quadros,
o reconhecimento pelo trabalho sério que a Instituição desenvolve, e, conforme
afirma o exmo. Sr. Ministro da Justiça, Dr. Márcio Tomás Bastos, a Polícia
Federal não protege, mas também não persegue ninguém, atuando sempre de forma
republicana.
Renovando os
agradecimentos em nome do Sr. Diretor-Geral do DPF, ressalto a imensa alegria e
satisfação pela homenagem recebida, agradecendo também as palavras elogiosas
dos ilustres Vereadores que fizeram apartes. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Queremos, portanto, ao encerrar este Grande
Expediente, que se destinou a homenagear a Polícia Federal, mais uma vez saudar
os policiais das áreas administrativas e técnicas da Polícia Federal aqui
presentes; saudar o Dr. Mauro Sparta, Secretário de Estrado do Meio Ambiente;
agradecer a presença do Delegado Alciomar Goersch, Diretor de Administração e
Logística Policial, que neste ato representa o Diretor-Geral do Departamento de
Polícia Federal, Sr. Paulo Fernando da Costa Lacerda; e também o Delegado Ruben
Albino Fockink, Superintendente Regional da Polícia Federal do Estado do Rio Grande
do Sul. Queremos saudar as autoridades policiais federais aqui presentes.
Suspendemos os trabalhos para as despedidas.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães – às 14h47min): Estão reabertos os trabalhos. O Ver. Haroldo de
Souza está com a palavra em Grande Expediente.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Vereadores,
Vereadoras, aproveito o Grande Expediente para uma espécie de resenha de
prestação de contas do que se faz aqui, já que não costumo subir todos os dias
na tribuna deste plenário.
Eu não conheço
nenhum Prefeito, nenhum Governador e nenhum Presidente da República que, após
assumir, não fale em herança maldita, em Município arrasado, em Estado em
ruínas, financeiramente - não conheço. Nunca ouvi nenhum dos Executivos eleitos
dizer que pegou a Administração nos trinques. Nunca ouvi e desafio alguém a me
dizer quem, ao assumir uma Prefeitura, ao assumir um Governo do Estado,
enalteceu algum Governo anterior, no sentido de que este tenha deixado as
finanças em dia. Aqui em Porto Alegre sempre foi assim. E o Prefeito Fogaça
assumiu afirmando que a Prefeitura tinha dívidas e que as antecipações de
Receitas não deveriam ser permitidas no último dia de mandato, exatamente para
que o sucessor encontrasse os cofres com algum dinheiro. Por isso eu não
entendi a Comissão de Constituição e Justiça da Casa, que não aprovou o Projeto
do Ver. Bernardino Vendruscolo que proíbe os Prefeitos de anteciparem Receita
no último ano de administração. Já existe lei nesse sentido? Então que se
cumpra! Se não existe, que se aprove esse Projeto do Ver. Bernardino, que
certamente virá para cá.
Eu queria
também fazer uma contestação ao Parecer do Relator Almerindo Filho, que foi
contrário ao Projeto do controle do diabetes na rede municipal de ensino em
nossa Cidade. Diz o eminente Relator que Projeto em tela “fere frontalmente a
Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, notadamente no que se refere ao inc.
IV do art. 94, dando contra função privativa ao Poder Executivo [...] Tal
interferência acarretará aumento de despesa, sem a indicação de qual rubrica no
Orçamento público será diminuída. Isso demonstra a segunda contradição do
Projeto, tornando-o inconstitucional e inorgânico.” Ouso discordar do nobre
Relator, pois, nos termos de que dispõe o art. 2º do Regimento Interno desta
Casa, dentre as funções legislativas, está a elaboração de legislação sobre
qualquer matéria de competência do Município. (Lê.) “Art. 2º - As funções
legislativas da Câmara Municipal consistem na elaboração de emendas à Lei
Orgânica, leis complementares, leis ordinárias, decretos legislativos e
resoluções, sobre quaisquer matérias de competência do Município.”
Ora, o que
propõem o Projeto em apreço é justamente a implantação de um programa de
prevenção e controle do diabetes para crianças e adolescentes matriculados na
rede municipal de ensino, assim como poderia ser um projeto para prevenção da
cárie dentária. O Projeto apresenta as diretrizes para a implantação do
programa, cabendo ao Executivo, de acordo com a sua vontade política, a
execução do mesmo. Quanto ao aumento de despesa referido no Parecer do Ver.
Almerindo, contestamos igualmente tal assertiva, pois não há na proposição
referência quanto a prazo para a implantação do Projeto, ressalvando-se,
inclusive, que os procedimentos a serem adotados pelos órgãos competentes não
envolvem o dispêndio de vultosos recursos, bastando para isso, mais uma vez, a
decisão política do Poder Executivo na inserção do programa. E o Lions Clube,
recentemente, aqui, deu demonstrações de que é possível, sim, fazer as coisas
sem gastar tanto como diz o Executivo em resposta a maioria dos Projetos.
O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Obrigado, Ver. Haroldo de Souza, pelo aparte. Quero o cumprimentar por vir
demonstrar, claramente, a necessidade que esta Casa tem de aprovar o nosso
Projeto que proíbe a antecipação de Receita no último ano do mandato do
Prefeito. Nossos cumprimentos pela clareza com que V. Exª está colocando o
assunto e pela sua posição. Obrigado.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Eu continuo encafifado com a resposta que obtive do
Secretário de Saúde da Cidade a respeito da implantação do HPS II em nossa
Capital, por isso volto ao assunto. Todos sabemos das dificuldades que
enfrenta, ao longo dos tempos, o HPS do Bom Fim, porque ele é único, para lá
são levados todos os que necessitam de atendimento de emergência,
principalmente as vítimas de acidentes que ocorrem nas ruas que fazem a nossa
valorosa cidade de Porto Alegre. Depois de uma visita que fiz ao HPS,
integrando a Comissão de Saúde, sugeri à Prefeitura a implantação de mais um
hospital pronto-socorro; de preferência, que fosse na Zona Sul da Cidade,
sabendo eu que nessa região de Porto Alegre vivem mais de cem mil habitantes
que fazem uso também do Hospital Pronto Socorro, que está localizado no bairro
Bom Fim.
Para meu
espanto, recebi a notícia de que o Hospital Parque Belém, desde o ano de 2003,
está perfeitamente aparelhado para sustentar ali o atendimento da Zona Sul,
desafogando o único hospital pronto-socorro que temos e que ainda recebe
pacientes de emergência e de todo o interior do Estado. Então, gente, já temos um hospital em condições funcionar, de
fato, como um segundo pronto-socorro exatamente na região da Cidade onde se
clama por atendimento de saúde nesse porte de emergência.
Convidado para
vir a uma reunião da Comissão de Saúde da Casa, o Secretário disse reconhecer a
necessidade de mais um pronto-socorro, mas que é inviável, no momento, diante
das dificuldades financeiras por que passa a Prefeitura Municipal. Eu estou
encafifado com isso, e este meu estado só terminará quando a Prefeitura me
disser de onde tirou cinco milhões de reais para a implantação da Secretaria da
Juventude, valor pedido nesta Casa e atendido por nós, Vereadores. E o valor de
cinco milhões é bem mais do que se precisa para fazer funcionar o HPS da Zona
Sul durante doze meses.
A Diretoria do
Hospital Belém, em depoimento na nossa Comissão, falou em números. Os senhores
e as senhoras sabem quanto de dinheiro é necessário, por mês, para o
funcionamento pleno do HPS II nos moldes do HPS do Bom Fim, que funciona já há
anos? Duzentos e sessenta e seis mil reais. Multiplicando duzentos e sessenta e
seis mil reais por doze meses, teríamos o montante de três milhões, cento e
noventa e dois mil reais por ano. Três milhões, cento e noventa e dois mil
reais por ano é bem menos do que os cinco milhões que se liberaram aqui para a
Prefeitura implantar a Secretaria da Juventude, também necessária, sim. Votei a
favor da sua criação e da liberação dos cinco milhões de reais, mas entendo que
a saúde da população está acima de tudo, até da educação e também da juventude,
porque é para a própria juventude que se pensa.
Por isto eu
estou voltando a esta tribuna: para clamar ao Prefeito que pense com carinho
sobre esse assunto. A cidade de Porto Alegre pede, há muito tempo, mais um
pronto- socorro, esse extraordinário “serviço HPS”, que, há tantos anos, atende
com eficiência, apesar das suas dificuldades históricas, ali no Bom Fim.
Então, Sr.
Prefeito, eu aguardo; tenho paciência e aguardo que a Secretaria da Saúde,
comandada pelo Dr. Pedro Gus, não fale apenas que “é necessário, mas que é
inviável”, pois fica difícil explicar para a população como é que se tem cinco
milhões para implantar uma Secretaria - e já tramita o pedido de mais uma
Secretaria no Município; infelizmente ainda não é a do idoso -, mas o Município
não tem duzentos e sessenta e seis mil reais por mês para fazer funcionar o HPS
II em nossa Cidade. Estou encafifado mesmo, eu não entendo e acho isso
profundamente lamentável.
Diante do caos da Saúde Pública,
não envidaram esforços para a implantação do PHS II em nossa Cidade, alegando
falta de duzentos e sessenta e seis mil reais por mês, mesmo com o Hospital
Parque Belém aparelhado para tal finalidade, mas arranjar cinco milhões para
uma Secretaria passa a ser um caso de política ou de Polícia?
E a frustração
toma conta do povo brasileiro com a atuação do Governo Federal na área
econômica. O povo brasileiro se sente frustrado com o Governo. Uma frustração
igual à frustração de Governos passados, com o agravante de que o Lula chegou
vestido de povo, e a este ele nada está dando, ou está dando muito pouco em
troca.
O Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Ver. Haroldo, sobre a necessidade do HPS da Zona Sul, Parque Belém, existem
também os recursos federais disponíveis, recursos do SUS, para dar sustentação
ao Projeto. Muito obrigado.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Obrigado pelo reforço.
A Saúde
brasileira, gente, é doente, diante dos desmandos deste e do Governo passado.
Não é possível entender que o dinheiro que se arrecada com o CPMF não dê para
manter um serviço de melhor qualidade para a saúde do povo deste País. Não é
possível entender os números. Um criou o provisório - Fernando Henrique -; o
outro o fez definitivo - o Lula -, mas esse imposto não chega na área da Saúde
do Brasil. Então, acreditar mais em quem? No Lula, por mais quatro anos?
Fernando Henrique? Esse não, porque teve a sua chance e não a aproveitou para
ser o Presidente que tanto sonhamos. Então, quem? Quem é que, de novo,
Presidente Elói, vai fazer voltar no coração da gente brasileira a esperança de
que se façam as coisas, neste País, de forma voltada para o povo, do povo e
para o povo. Quem? Pois é! Não há! Eu acho que nem no meu Partido! Ou há? Ah,
existe? Então, digam-me quem é! Muito obrigado.
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Passamos às
O Ver. João Antonio Dib está com
a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Adeli Sell.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o jornal Zero
Hora de hoje pergunta: “Cadê as faixas de segurança?” e lista alguns locais da
Cidade que precisam urgentemente ser repintados, onde as faixas de segurança
estão completamente desaparecidas, sem nenhuma indicação, sem nenhuma garantia
para o pedestre - ainda que eu ache que algumas faixas de segurança colocadas
na Cidade estejam mal colocadas.
Por outro
lado, o Jornal do Comércio traz, assinado pelo Presidente do Sintran, que gosta
de usar esta tribuna, uma carta ao leitor (Lê.): “Incrível, mas as faixas de
pedestres em Porto Alegre continuam apagadas e totalmente invisíveis à
percepção dos usuários, principalmente nos locais críticos. Conforme apontam os
dados do site da EPTC, o número de
atropelamentos constata, cada vez mais, a falta de ousadia para se buscar um
resultado positivo na diminuição dos feridos. Verifica-se que a periferia está
abandonada na política de segurança do trânsito”.
Eu quero dizer
que o Presidente do Sintran é servidor da Secretaria Municipal de Transportes -
ou EPTC, como quiserem -, mas não poderia ele apenas se dirigir contra a sua
Secretaria; eu acho que ele poderia ajudar a resolver esse problema.
O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Ver. João Dib, primeiro, obrigado pelo aparte. Eu quero fazer um
registro: lá na rua onde moro, Rua Brito Peixoto com a Av. Carneiro da Fortuna,
nós estamos reivindicando sinaleira e resolvendo o controle de velocidade, em
função do elevado número de acidentes que lá ocorrem. Ali, inverteram o sentido
das ruas, mas, além de não sinalizarem como deveriam, mantiveram a sinalização
anterior. Como se não bastasse não sinalizar, ainda estão mantendo a
sinalização anterior! Obrigado, Vereador. Era só para registrar e reforçar.
Este recado eu já mandei para a
Secretaria Municipal de Transportes reiteradas vezes: se eles estão procurando
um material mais durável e mais eficiente, é o bloco de concreto. Por outro
lado, quando houver necessidade de deslocar a faixa de segurança, é só retirar
os blocos de concreto e recolocá-los num novo ponto.
Portanto, Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, há uma solução mais barata do que a tinta
plástica utilizada e que tem pouca durabilidade. A Secretaria faz, mas o tempo
apaga. Saúde e PAZ!
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Mônica Leal está com a palavra em Comunicações,
por cedência de tempo do Ver. Alceu Brasinha.
A SRA. MÔNICA LEAL: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs.
Vereadores e Vereadoras desta Casa, ocupo esta tribuna hoje para tratar do
Projeto de Emenda à Lei Orgânica apresentado pelo Ver. Oliboni que veda a
prática de nepotismo na Administração Pública de Porto Alegre. É um Projeto
discriminatório, e, como sou contra a qualquer idéia ou atitude de
discriminação, aqui estou para exteriorizar o que penso e acredito.
É importante
que todos os senhores saibam que vou falar sobre a minha pessoa, e assim
prefiro, visto que tenho total conhecimento do assunto, porque sou resultado
dele. Abordo o assunto com muita tranqüilidade, pois trabalhei durante doze
anos no Gabinete do meu pai, na época Ver. Pedro Américo Leal. E, durante esse
tempo todo, estive à frente das responsabilidades conferidas a um funcionário
como qualquer outro que tivesse atribuições referentes ao cargo que ocupava.
Quem é funcionário desta Casa, ou é Vereador, sabe muito bem disso. Não acredito
que esse Projeto possa regulamentar a ética e a seriedade no universo político,
até porque todos nós sabemos que é muito fácil burlar um Projeto dessa
natureza, basta fazer o tradicional troca-troca entre gabinetes. Quero dizer
que uma proposta como essa não vai proporcionar a ética entre os Parlamentares;
a ética e a moral são valores pessoais. Esse Projeto, Ver. Oliboni, na minha
opinião, não contempla situações em que há a adoção de troca-troca.
Um outro aspecto muito importante
que quero ressaltar é que um político escolhe o seu time para vencer, ou seja,
ao final da sua Legislatura, ele será avaliado pelo eleitor. Se o time for
ruim, isto é, se o pessoal não trabalhar, for incompetente, não estiver
presente, ele não será reeleito. Então, eu não acredito que alguém de nós aqui
tenha isso como objetivo.
E por que não
escolher um familiar no qual confio para exercer tarefas em meu gabinete?
Preciso de uma pessoa de minha inteira confiança, que seja competente. E
acredito que esse direito todo Parlamentar possa ter. Eu sou o resultado dele.
Se hoje estou aqui após doze anos, se sou Vereadora, é porque entrei naquele
Gabinete no primeiro dos cargos de um gabinete, como assessora da assessora; se
cheguei a Chefe-de-Gabinete, foi pela minha competência!
Com todo o
respeito, sinto-me completamente impedida, Ver. Oliboni, meu querido amigo, de
apoiar o seu Projeto e peço a todos os senhores que, na dúvida, olhem para mim
e saberão que esse Projeto é sem sentido, que ele é discriminatório.
O Sr. Mario Fraga: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da
oradora.) Eu queria parabenizá-la por ter tocado no assunto - V. Exª, que foi
fruto e chegou onde está por merecimento. Eu só não entendi, mas não queria que
V. Exª me respondesse agora: esse troca-troca existe? Não precisa responder
agora. Muito obrigado.
A SRA. MÔNICA LEAL: Obrigada, Srs. Vereadores.
(Revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Dr. Goulart está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. DR. GOULART: Meu prezado Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores, lembro-me, para começar a fala, da época em que
eu, criança, ouvia falar do mar de lama que corria nos quintais e nos jardins
do Palácio do Catete, que nunca foi provado, que nunca foi mostrado. Era a
maneira como determinados grupos da elite falavam o quanto era grande, o quanto
majestoso era o Presidente Getúlio Dorneles Vargas. Agora, eu começo a me
preocupar com o encaminhamento que a política toma sobre a nossa terra. Eu, que
sempre tenho falado a respeito de Porto Alegre, vejo-me obrigado a falar da
Nação.
O nosso
querido Ver. Oliboni passa a se preocupar com um assunto que não tinha de se
preocupar, absolutamente; passa a lançar panfletos em que coloca na fogueira
seus próprios colegas, a exemplo da nossa querida Verª Neuza Canabarro. O Ver.
Oliboni é um homem que defende a Saúde, como eu; tem muita penetração nas
camadas populares defendendo a Saúde e não precisa usar esse argumento, esse
artifício. Então, preocupo-me, pois, como ele é um homem sério, ele deve estar
começando a camada de “fumaça” que tem de colocar contra o mar de lama que
começa a correr em Brasília!
E eu sou
obrigado, depois de cinco anos, a falar no Brasil, eu, que sempre tenho falado
no Município. Um homem inocente, um homem honesto, um homem querido, como
Oliboni, presta-se a chamar atenção para um assunto que não diz respeito. Mesmo
porque não existe a lei do nepotismo; no dia em que ela existir, então ela
poderá ser infringida. E a Vereadora da minha Bancada é aqui elencada quando
disse, com maestria, o que significa nepotismo.
Eu gostaria
que Oliboni lançasse aqui na tribuna a resposta ao que vou lhe perguntar, ou
fizesse vários panfletos, um para cada pergunta que lhe vou fazer. E eu
precisei escrever; eu, que quase não leio o que falo. Falo deste coração, falo
desta cabeça, falo desta vivência, mas é tanto que eu preciso ler (Lê.):
"Ver. Oliboni, responda a respeito de irregularidades em recursos do Banco
da Amazônia, Ministro da Previdência Romero Jucá; Ver. Oliboni, preocupe-se com
a evasão de divisas, suspeita de desvio de dinheiro público e informação
não-verdadeira à Justiça Eleitoral, Henrique Meirelles; Ver. Oliboni, fale a
respeito do Supremo tentando abrir uma CPI, segundo a vontade das minorias,
para Valdomiro Diniz; meu querido Ver. Oliboni, fale, venha à tribuna e
discurse uma hora, meia hora, nós lhe ouviremos a respeito do Chefe do
Departamento de Contratação e Administração dos Correios, Maurício Marinho, se
mancomunando com Roberto Jefferson e roubando dinheiro da nossa gente, que não
tem dinheiro para saúde! Que não tem dinheiro para um exame! Isso é motivo de
preocupação! Não a filigrana desdenhada de coisas que não existem ainda!
Precisamos dar uma resposta para o Brasil com relação a essas perguntas, e esta
é a oportunidade que lhe dou, Ver. Oliboni! Explique isso!" Muito
obrigado, meus Vereadores! (Palmas.)
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra em
Comunicações.
O SR. ALDACIR OLIBONI: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, é claro que cada Vereador trabalha de uma forma
direta com a comunidade de Porto Alegre e por isso está aqui e foi reeleito.
Mas nem por isso nós, Vereadores, devemos deixar de ser propositivos ou
apresentar alguns Projetos que são de interesse da maioria da sociedade. Se nós
avaliarmos, veremos que, em âmbito nacional, mais de 80% dos brasileiros
condenam o nepotismo. Se nós observarmos, em todas as manifestações públicas
tidas agora, recentemente, em função da discussão que está sendo realizada no
Congresso Nacional, a grande maioria das manifestações foram contra o emprego
de parentes até segundo grau em todos os níveis - federal, estadual e
municipal. Não vejo motivo para algum Vereador tentar tirar proveito e dizer
que isso é uma questão pessoal ou direcionada a um ou outro Vereador. Isso é
uma questão de dignidade, de respeito às diferenças, sim, nobre Ver. Dr.
Goulart, que tem um grande e excelente mandato, mas nada impede que este
Vereador possa manifestar-se livremente sobre a sua opinião ou sobre qualquer
opinião, até mesmo se essa fosse de uma minoria da sociedade; mas aqui,
pontualmente, estamos falando sobre o que pensa a maioria da sociedade, que é
contra a prática do nepotismo.
Não é em
função disso que o meu Projeto...ele até pode ser derrubado, pois, pelo que eu
percebo, realmente não está havendo o que eu percebia há poucos dias, ou seja,
havia tanta gente envolvida! Isso me causa surpresa, mas é importante que a
sociedade gaúcha saiba, no mínimo, quem dos Vereadores é a favor ou contra.
Verª Mônica,
tenho todo o respeito por V. Exª e pelo seu mandato, sei que V. Exª não pratica
o nepotismo, embora tenha revelado, aqui, ser produto dele. Temos muito respeito
pelo seu pai, principalmente pelo trabalho de V. Exª, mas nada impede que V.
Exª mude de opinião, porque a Vereadora não pratica isso. Agora, não queira
deixar-se levar pelas estranhas manifestações de que sempre irá defender o
nepotismo. O mundo lhe dirá, como aula, e no futuro V. Exª irá ser contra,
tenho certeza absoluta.
A Srª Neuza Canabarro: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador) Ver. Oliboni, eu assumi esta Casa com a
alma em paz, desarmada de qualquer vingança contra o PT, que já me fez muito
mal. Mas hoje é um dia que vou marcar na minha vida, porque V. Exª, pelo que
colocou no panfleto, faltou com a verdade. Em primeiro lugar, eu disse a V. Exª
que sou contra o nepotismo, que é essa troca de favores, que é essa imoralidade
que há em Brasília, que há no PT e que faz com que vocês estejam envergonhados.
E V. Exª distorceu. A partir de hoje, olho V. Exª com outros olhos. V. Exª é um
moralista de “calça curta”, paladino da verdade, e vocês se julgam os tais.
Vocês se julgam os detentores da verdade, estão vendo tudo que ocorre lá em
Brasília e são contra uma CPI. Há que terem vergonha na cara e deviam assinar a
CPI e irem até o fim. (Palmas.)
O SR. ALDACIR OLIBONI: Verª Neuza Canabarro, o que ela falou está escrito,
está gravado, está filmado, e houve uma matéria da Rosane Oliveira, há poucos
dias, na página 10 do jornal Zero Hora. Está aqui para todos os cidadãos, para
todos os Vereadores terem acesso - o que o Presidente pode deliberar, com
certeza -, o que foi dito nesta Casa. A Verª Neuza assumiu o que disse aqui
nesta tribuna; agora, está dizendo uma outra coisa. Se ela acha que,
desapontando-me ou acusando-me, vai deslocar a idéia central do Projeto, pode
ter certeza de que não vai. V. Exª terá oportunidade de se manifestar livremente,
a favor ou contra, no dia em que o Projeto vier novamente a Plenário.
Tenho certeza
de que este Projeto vem atender à necessidade ou à idéia da maioria dos
cidadãos, e, perdendo ou ganhando, ele deve, sim, ser analisado por esta Casa,
sendo uma forma, mínima, de os cidadãos conhecerem a opinião de cada Vereador.
Agradeço pelas
livres manifestações e quero dizer que estou profundamente satisfeito porque
isso demonstra claramente a posição e a lisura de cada mandato.
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Nós queremos
registrar o aniversário do comissário Ivo da Silva Marinho, que é Subchefe de
Segurança da nossa Câmara, desejando-lhe muita saúde, muitas felicidades.
(Palmas.) Portanto, fica este registro. O Ver. Luiz Braz está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Elói Guimarães, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, quem
abre os dicionários Koogan e Houaiss vai ver que nepotismo existe quando há
favorecimento. Isso começou com os papas, e sua tradução consta, hoje, nos
dicionários, como sendo um favorecimento a parentes. Os papas costumavam
favorecer os seus afilhados, as pessoas mais próximas a eles, por isso surgiu o
termo “nepotismo”.
Se tenho
alguém dentro do meu gabinete ligado a minha família, assim como há muitos
aqui, eu sei que existem muitos que não se interessaram em vir aqui falar, e eu
jamais vou denunciar alguém, mas, quando existe alguém que está trabalhando...
Eu sempre disse que jamais escondi nenhum ato meu. Nenhuma pessoa que votou em mim,
nenhuma pessoa que me conhece pode dizer: “Olha, o Luiz Braz me enganou.” Eu
nunca enganei ninguém. A minha mulher, que trabalha comigo todos esses anos,
Verª Mônica, é uma advogada que atende pessoas carentes constantemente e dá
apoio para os trabalhos que nós fazemos aqui, tanto na Bancada como no meu
gabinete. Isso já acontece há muitos anos. Então, não posso me envergonhar de
um trabalho que eu sempre fiz, foi a linha do meu trabalho. É uma das pessoas
que mais batalha para que eu possa permanecer aqui, nesta Casa, com uma votação
mediana, mas honesta, porque nunca precisei enganar ninguém, para que alguém
pudesse votar em mim.
Agora, eu
pergunto, nessa mesma linha, Ver. Oliboni: será nepotismo manter, por exemplo,
um parente de uma Deputada dentro do gabinete, trocando favores? É nepotismo? É
nepotismo uma Deputada manter o marido no Ministério ou numa Secretaria? Eu não
estou afirmando que é; eu estou perguntando se é. Porque eu ouvi uma explicação
aqui dizendo o seguinte: “Não, mas no caso da Deputada Fulana de Tal, com o
marido dela, isso não é, porque são trajetórias distintas.” Ah, então, já
inventaram alguma coisa aqui: trajetórias distintas. Aí, eu vou perguntar: com
o Sr. José Dirceu, é nepotismo? Será que a esposa trabalha mesmo? Eu não sei. A
minha eu tenho certeza de que trabalha. A mulher do José Dirceu trabalha? Não
sei. A do Palocci trabalha? Não sei. Eu posso citar, sei de todos os nomes, mas
não vou acusar ninguém. Eu estou falando esses nomes, porque são nomes
nacionais, não são nomes vinculados à Câmara.
Mas lamento
que o Ver. Oliboni, que é uma pessoa de que gostamos, tenha largado um panfleto
tremendamente ofensivo para as pessoas da Câmara, porque ele é mentiroso, Ver.
Oliboni. Se V. Exª está falando em nepotismo, antes de falar, vá para o
dicionário, olhe um pouquinho o dicionário. O Vereador é um homem inteligente,
culto, nós admiramos V. Exª, mas não pode, de repente, falar de alguma coisa
enganando as pessoas. Nepotismo, quando alguém falar, tem de dizer que alguém
está se favorecendo, porque empregou um parente. Ver. Dr. Goulart, tenho
certeza de que nenhum dos Vereadores, aqui desta Casa, que agiu dessa forma até
hoje agiu assim.
Pelo amor de
Deus, se a Verª Mônica, que iniciou este mandato, não tivesse feito valer o seu
trabalho nos doze anos em que esteve com o nosso amigo Pedro Américo Leal,
imaginem se ela, realmente, ia se eleger só porque era filha do Ver. Pedro
Américo Leal! Elegeu-se, exatamente, por causa do trabalho e do valor que ela
tem.
E aí surge um
panfleto como esse, do Ver. Oliboni; realmente, Vereador, essa não é a sua
trajetória, eu sei que você é um homem de bem. Essa não é a sua trajetória.
Esse panfleto, realmente, não enaltece, não robustece V. Exª, não faz com que o
Vereador se sinta melhor, eu tenho certeza. E não é assim que nós vamos
construir uma melhor sociedade. Assim você mente para a sociedade, você engana,
e eu acho que não é dessa maneira que a gente deve construir, realmente, o
nosso dia de amanhã. (Palmas.)
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra em
Comunicações.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs.
Vereadores, Sras Vereadoras e público que nos assiste, retomo aqui o
assunto do HPS da Zona Sul. Eu trato do futuro pronto-socorro na Zona Sul,
porque não entendo, não consigo ver a impossibilidade ou a negatividade de não
construirmos um pronto-socorro na Zona Sul. E vou mais além: por que não na
Zona Sul e na Zona Norte? O que nós não podemos fazer é permanecer com um único
pronto-socorro para atender toda a Porto Alegre, porque sabemos que, numa
situação de emergência, os acidentados da Grande Porto Alegre vêm em direção ao
Hospital Pronto Socorro.
O Sr. Claudio Sebenelo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Ver. Vendruscolo, na última reunião da Comissão de Saúde, há quinze
dias, foi levantado esse problema, foi solicitado, e nós trouxemos a
Coordenadora da Bancada, Deputada Yeda Crusius, pedindo o HPS da Zona Norte,
que já está estabelecido, mas falta a idéia de socorrismo, e HPS da Zona Sul,
que falta prédio, socorrismo e tudo mais. As verbas federais são destinadas
para instalar os Prontos-Socorros da Zona Norte e da Zona Sul e para a sua
manutenção. Isso já está providenciado, inclusive vai ser feito na cidade de
Porto Alegre.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Muito obrigado, Vereador, essa é uma boa notícia.
Porque o que nos trouxe, hoje, o Ver. Haroldo de Souza é que os números são
preocupantes. Nós não podemos brincar, até porque a sociedade está assistindo,
está ouvindo e toma conhecimento desses números também.
Eu quero fazer
um registro aqui a respeito da necessidade do HPS na Zona Sul. O Advogado
Thomaz Schuch teve, há poucos dias, na sua residência, um acidente gravíssimo
com o filho, o Franco, de 11 anos, que acabou falecendo. E lá, quando fui
visitá-lo, naquele momento de desespero, no Hospital Mãe de Deus, dizia-me ele:
“Bernardino, pelo amor de Deus, vamos dar um jeito, vamos criar mais
prontos-socorros em Porto Alegre”. E relatava ele o desespero, no trânsito de
Porto Alegre, buscando hospital para atender ao seu filho, que acabou
falecendo. Então, é nesse momento que a gente tem que pensar, no momento da
angústia, no momento do pronto socorro. Eu quero fazer uma indagação: será que
o Hospital Belém é apropriado para ser um pronto-socorro? Deixo esse
questionamento, porque nós também não podemos buscar, só porque há uma
instalação completa, a possibilidade de um pronto-socorro, já que lá também é
longe.
O Sr. Mario Fraga: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado pelo aparte, Ver. Bernardino
Vendruscolo. Quero lhe dar os parabéns por trazer esse assunto. Nós, que somos
da base do Governo, queríamos dar os parabéns para o Ver. Haroldo de Souza, que
já havia se pronunciado sobre esse assunto. Nós, as Bancadas, precisamos, no
Governo Fogaça, nos entrelaçar, porque todos são a favor. Com certeza, eu tenho
que, como mérito, poderia ser no Hospital Parque Belém, porque já há uma
estrutura. Mas quero lhe dar os parabéns por trazer esse assunto. Muito
obrigado.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Obrigado, Ver. Mario
Fraga.
O Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Obrigado, Ver. Bernardino. Um hospital de pronto-socorro para
descentralizar a Cidade é uma necessidade, seja no Norte, seja no Sul. No Sul,
essa proposta já está constituída, inclusive, socialmente e politicamente. Quer
dizer, politicamente, basta o Governo Municipal assumir isso. Quero aproveitar
a oportunidade e também dizer o seguinte: ficou pronto o Projeto e o Convênio
com o Hospital Parque Moinhos para a construção de um hospital na Restinga.
Estamos esperando a resposta. Muito obrigado.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Obrigado.
Então, nós
estamos vendo aqui que são unânimes os Vereadores sobre a questão da
necessidade de termos, no mínimo, mais dois hospitais de pronto-socorro, porque
não atendem só a comunidade de Porto Alegre, mas, sim, da Grande Porto Alegre.
Eu quero
retomar um outro assunto. Eu fui autor de um Projeto de Lei que foi negado pela
Casa por ser considerado sem o devido fundamento - não vou entrar no mérito
aqui -, que trata dos bloqueadores de ar na tubulação do DMAE.
Estou
retomando esse tema, porque, na coluna do Fernando Albrecht, esse assunto,
durante a semana, tomou um espaço e vem com uma resposta no jornal de hoje. É
impossível que nós permitamos que um órgão do Governo não moralize. Isso aqui é
uma questão de moralidade! Ar na tubulação do DMAE existe. Se não existe, temos
que dar um jeito de proibir essas empresas que andam enganando o povo na rua,
vendendo essas válvulas bloqueadoras de ar.
O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Eu gostaria de corroborar com V. Exª, porque isso é fruto de vários congressos
e de uma discussão técnica especializada. De fato, os eliminadores de ar
tecnicamente não têm comprovada sua eficiência para o regime de abastecimento
com pressão constante, como é o nosso caso. Em algumas outras cidades onde há
intermitência, onde a água chega em algumas horas por dia, até há alguma
validade. Mas nós temos os melhores técnicos especializados no tema, tanto no
DMAE quanto na Universidade de Santa Maria, que provam que isso não tem
eficácia, estão enganando os consumidores.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Obrigado.
Então, o órgão
tem que moralizar e vir a público afirmar que isso não funciona, para que a
população deixe de ser enganada comprando um equipamento que não funciona.
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. CARLOS TODESCHINI (Requerimento): Sr. Presidente, eu queria registrar e solicitar um
minuto de silêncio pelo falecimento da Srª Zitha Vardanega Simon, mãe da Drª
Ana Rita Vardanega Simon, que é coordenadora do GAPLAN da Casa. O falecimento
foi ontem e o sepultamento hoje pela manhã.
(Faz-se um
minuto de silêncio.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Mario Fraga está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Dr. Goulart.
O SR. MARIO FRAGA: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, pessoas que nos assistem pelo Canal 16, estamos
aqui em período de Comunicações agradecendo o tempo cedido pelo nosso Líder,
Ver. Dr. Goulart, para tratar do mesmo assunto que o Ver. Haroldo de Souza
levantou, sobre a Saúde de Porto Alegre, sobre o que nos deixou o Governo
passado.
Temos passado
em alguns postos de saúde, fizemos duas visitas ao Dr. Pedro Gus, que eu não
conhecia pessoalmente, e hoje tenho plena certeza de que ele é uma pessoa
capacitada para estar na Secretaria de Saúde. Gostaria, claro, que o Ver. Dr.
Goulart estivesse lá, mas ficamos numa espera, talvez num cargo maior, num
secretariado de Estado, como Secretário da Saúde Estadual. O Dr. Pedro Gus é
uma pessoa capacitada, colocou em ação alguns planos e reformulou os postos de
saúde que estavam atirados, conforme demonstrou o Ver. Dr. Goulart, em vídeo,
aqui nesta Casa.
Já fiz um
apelo agora, quando o Ver. Bernardino estava falando sobre a Saúde, para que
nós, da base de Governo, façamos - Verª Mônica, V. Exª que exerce a
Vice-Liderança do Governo Fogaça junto comigo, a Verª Clênia, o Ver. Dr.
Goulart - uma reunião específica com o Prefeito Fogaça sobre a Saúde, para ver
o que está sendo feito, penso que os dois médicos da base, o Dr. Claudio
Sebenelo e Dr. Goulart, possam nos ajudar.
Tenho visto
alguns implementos, principalmente lá no nosso posto, em Belém, onde já está
começando o terceiro turno, que irá até às dez horas; já foi outro médico para
lá. O Ver. Comassetto também esteve lá visitando, acho que numa próxima
oportunidade irá novamente. Quando as coisas melhoram a gente deve falar sobre
o que melhorou, já que falamos que estava ruim naquele momento, com sessenta
dias de Governo, e hoje já melhorou. O Ver. Comassetto não está aqui neste
momento, então não tocarei em seu nome para não dizerem que ele não estava aqui
presente. Mas, com certeza, o nosso posto de saúde já não tem a fila com
trezentas pessoas, e espero que um dia o Vereador reconheça que o Secretário,
pelo menos, tem boa vontade.
Infelizmente,
Dr. Goulart, recebemos uma eleitora de Ipanema, ela esteve no meu gabinete
trazendo esse panfleto do Ver. Oliboni, estava preocupada também, pois depois
da minha luta - fui segundo Suplente de Vereador, fiz 5.001 votos -, depois na
composição do Governo Fogaça, consegui chegar aqui. E a minha eleitora trouxe
esse papel e perguntou como é que é o nepotismo, se nós não fizemos nada, se
nós brigamos tanto assim, e ficou muito triste. Eu disse a ela que cada Vereador
tem o seu trabalho, cada Vereador apresenta o que pode.
O Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite um aparte?
O SR. MARIO FRAGA: Vereador,
desculpe-me, eu não tinha visto V. Exª, eu estava também falando na Saúde. Se
V. Exª escutou...
O Sr. Carlos Comassetto: Não há
problema. Há poucos dias fizemos, na Restinga, com o Coordenador da Região, o
Dr. Tiago, uma reunião sobre a Saúde em geral. Ainda faltam médicos, colocaram
isso na pauta. Nós estamos aguardando que seja complementado. Obrigado.
O SR. MARIO FRAGA: Fiquei sabendo que V. Exª também estava lá, o
representante do gabinete do Ver. Nereu, o Paulo, também estava. Falei no seu
nome porque V. Exª trata do assunto, Vereador.
O Sr. Claudio Sebenelo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador)
Alguns Vereadores trabalham em cima do erro dos outros. Quem sabe fosse melhor
trabalharmos em cima das virtudes dessas pessoas, porque o que nós temos de
virtudes nesta Casa... A Câmara nos orgulha muito, e V. Exª é um Vereador que
nos orgulha muito pelo seu trabalho, pelo seu denodo e principalmente pela sua
importância como ser humano numa região... Não é de agora que V. Exª atua como
Vereador; quando não era Vereador, já trabalhava na mesma região, e eu sou
testemunha disso, porque por mil vezes me encontrei com V. Exª nas ruas de
Porto Alegre, em bailes, em festas, tratando dos assuntos da comunidade. V. Exª
é um grande Vereador.
O SR. MARIO FRAGA: Muito obrigado, Vereador, fico sensibilizado.
Termino o meu pronunciamento sensibilizado, inclusive lembrando que o nosso
último encontro foi no batizado de capoeira. Muito obrigado.
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Registramos a presença da ex-Vereadora Bernadete
Vidal e pedimos uma salva de palmas pelo grande trabalho que ela fez na Câmara
Municipal de Porto Alegre. Muita saúde, Verª Bernardete Vidal! (Palmas.)
A Verª Sofia
Cavedon está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver.
Carlos Todeschini, que, por sua vez, teve o seu tempo cedido pelo Ver. João Antonio
Dib.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; nobres Pares,
eu agradeço o tempo cedido pela minha Bancada, na verdade, o tempo do Ver.
Adeli Sell. Em primeiro lugar, quero aqui fazer o registro de que a luta contra
o nepotismo, para nós, se equipara a construir uma nova concepção de público,
uma nova relação com o que é público, com o que é de todos, em que se garante a
transparência, o controle social do espaço público, do espaço de poder. E para
nós não está em julgamento se as pessoas são ou não são competentes, não está
em julgamento se o caso A ou B é um caso meritório, de trabalho ou não; e sim
um novo patamar que queremos alcançar neste País, que é anseio da sociedade, de
cidadania, de democracia e de transparência.
Nesse sentido,
o que o Ver. Dr. Goulart traz aqui tem de nós plena solidariedade, que é o
combate, sim, à corrupção, que é o combate ao clientelismo, que é o combate ao
uso privado da verba pública, do Poder Público. Nunca um Governo Federal
enfrentou tanto, Ver. Dr. Goulart, com a sua Polícia Federal, os casos de
corrupção, nunca prendeu tanto. E nós vamos apurar, sim, a questão dos
Correios, o Governo Lula não é conivente e não vai ser parceiro em não permitir
que se deslinde cada um dos casos levantados. Agora, não julgaremos a priori; tudo que é levantado deve ter o seu trâmite garantido para que
seja julgado com o direito de defesa, com a manifestação das partes. Nós temos,
nesta Casa, um Vereador que foi injustiçado, foi acusado, mas, um tempo depois,
a sua inocência foi provada. E nesse erro nós não queremos incorrer.
Mas eu queria
entrar no tema do descaso com a Educação no Município e no Estado. A Comissão
de Educação, Cultura e Esporte desta Casa esteve hoje pela manhã visitando
quatro escolas estaduais. E os jornais estão noticiando todos os dias os
mutirões para ajudar escolas, o pedido de socorro das escolas, porque a
situação física dos prédios, as condições de trabalho estão muito deterioradas.
Há um descaso com a Educação Estadual; descaso esse registrado especialmente em
Porto Alegre. Hoje, com a presença da Verª Neuza, nós podemos observar que há
escolas que estão atendendo - como, por exemplo, a Escola Fabíola Sampaio - à
educação infantil, Ver. Ervino, num espaço de um ginásio, em cima do pó de asfalto.
Ou seja, as crianças estão respirando um pó perigosíssimo para a saúde, não só
para a saúde das crianças, mas também para a saúde das educadoras. Nós pudemos
observar que esse espaço não possui vedação, não possui vidros, não possui
segurança, e os banheiros estão sem a menor condição de uso. Isso é seriíssimo!
E não é uma situação nova, é uma situação que acontece desde janeiro!
Uma outra
escola, a Escola Marechal Osório, não está prestando atendimento às crianças
porque o prédio está caindo! Hoje, com a presença da Comissão, nós construímos
uma solução imediata para o atendimento daquelas crianças. E vamos acompanhar,
na semana que vem, se esse atendimento estará sendo dado.
E aqui, em
Porto Alegre, Ver. Ervino, querem mexer no que está muito bom! A merenda
escolar em Porto Alegre é excelente, diferenciada de todas as redes, com buffet, garfo e faca, trabalho
pedagógico, produto natural. E o que nós ouvimos do Governo Municipal? Eles
anunciam que estão avaliando a terceirização desses serviços. Ontem houve uma
movimentação aqui dos professores municipais, das técnicas em nutrição, pedindo
socorro à Câmara Municipal, pois estão sabendo dessa intenção do Governo pela
mídia e estão reagindo porque querem que continue o que está bom.
O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da
oradora.) Verª Sofia, o Governador Rigotto assumiu o Governo há três anos e
alguns meses. Será que nesses três anos as escolas foram totalmente
deterioradas, ou ele já herdou de outros Governos essa situação em que as
escolas se encontram?
A SRA. SOFIA CAVEDON: Respondo, depois nós voltamos a esse tema.
Eu sei que o
Ver. Todeschini esteve no Instituto de Educação, e o Instituto de Educação, uma
escola-modelo desta Cidade, está pedindo socorro, denunciando nos jornais,
porque não é ouvida e não tem atendimento. A Regional de Educação aqui de Porto
Alegre teve duas trocas de comando, está com a terceira responsável. Então, a
Educação Estadual em Porto Alegre está abandonada, e o que está bom na Educação
Municipal querem mexer, querem modificar, querem colocar na mão da iniciativa
privada. Nós estamos dando o alerta aqui, avisando a sociedade gaúcha que não
vamos permitir isso.
(Não revisado
pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Está encerrado o período de Comunicações.
Passamos à
PAUTA
- DISCUSSÃO PRELIMINAR (Art. 151 do Regimento)
(05
oradores/05 minutos/com aparte)
1.ª
SESSÃO
SUBSTITUTIVO N.o 02, de
autoria do Ver. Paulo Odone, que assegura o pagamento de
meia-entrada a jovens e estudantes em espetáculos culturais, esportivos e de
lazer e dá outras providências ao PROC. N.º 1937/03 - PROJETO DE LEI
DO LEGISLATIVO N.º 084/03, de autoria do Ver. Raul Carrion. Com Emenda
n.º 01 ao Projeto. Com Substitutivo n.º 01 e Emenda n.º 01.
PROC. N.º 5718/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 237/04, de autoria do
Ver. Gerson Almeida, que institui o Programa Municipal de Agricultura Urbana,
que consiste no cultivo de hortaliças, frutas e outros alimentos, plantas
medicinais, ornamentais e para a produção de mudas, mediante o aproveitamento
de terrenos dominiais ociosos do Município e de terrenos particulares ociosos
cedidos temporariamente por seus proprietários. Com Emenda n.º 01.
PROC. N.º 2124/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO
N.º 082/05, de autoria dos
Vereadores Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib e
Neuza Canabarro, que altera a Resolução n.º 1.178, de 16 de julho de 1992, e
alterações posteriores, (Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre), dando
nova redação às alíneas “e” e “f” do inciso I, “c” e “d” do inciso II, ambas do
art. 148, o caput do art. 151, o art. 152, e § 2º do art. 158, que
tratam da discussão preliminar de Pauta.
PROC. N.º 2630/05 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 122/05, de autoria do
Ver. Paulo Odone, que institui o Dia Olímpico Municipal a ser comemorado,
anualmente, no dia 23 de junho, que passará a integrar Calendário de Eventos
Oficiais de Porto Alegre.
PROC. N.º 2661/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO
N.º 089/05, de autoria do Ver.
Elói Guimarães, que concede troféu de Honra ao Mérito ao General de Exército
Renato Cezar Tibau da Costa.
PROC. N.º 0096/05 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 002/05, de autoria do
Ver. Dr. Goulart, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao
Senhor Adir Luiz Fração.
PROC. N.º 2774/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO
N.º 091/05, de autoria da Ver.ª
Clênia Maranhão, que concede o prêmio literário “Érico Veríssimo” à Doutora e
Escritora Yvonne Capuano.
PROC. N.º 2819/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO
N.º 092/05, de autoria do Ver.
Adeli Sell, que concede o título honorífico de Líder Comunitário ao Senhor José
de Vargas.
PROC. N.º 2866/05 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 133/05, de autoria do
Ver. Professor Garcia, que institui, no Município de Porto Alegre, a Semana da
Ciência e Tecnologia, que será realizada no mês de outubro concomitante com a
Semana Nacional da Ciência e Tecnologia, instituída pelo Decreto-lei n.º 9, de
9 de junho de 2004.
PROC. N.º 2897/05 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 136/05, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que inclui a Romaria de Nossa Senhora de Fátima no
Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre.
PROC. N.º 2919/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO
N.º 093/05, de autoria do Ver.
Professor Garcia, que altera o § 1º do art. 42 da Resolução n.º 1.178, de 16 de
julho de 1992, e alterações posteriores (Regimento da Câmara Municipal de Porto
Alegre), alterando a forma de divulgação dos pareceres das Comissões.
2.ª
SESSÃO
PROC. N.º 0350/05 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 016/05, de autoria do
Ver. Aldacir Oliboni, que dispõe sobre a oficialização das feiras-modelo de
Porto Alegre relacionadas em anexo ao art. 1º. Com Substitutivo n.º 01.
PROC. N.º 1848/05 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 090/05, de autoria do
Ver. Dr. Raul, que autoriza a criação do Centro Integrado de Planejamento
Familiar de Porto Alegre (CIPF), com objetivo de orientar e informar o cidadão
no que se refere ao Planejamento Familiar.
PROC. N.º 2497/05 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 118/05, de autoria da
Ver.ª Sofia Cavedon, que institui o Programa Agricultura Familiar Urbana na
Escola Cidadã, priorizando, para a merenda escolar, a aquisição de
hortifrutigranjeiros da agricultura familiar das diversas regiões de Porto
Alegre. Com Emendas n.os
01 e 02.
PROC. N.º 2654/05 - PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO N.º 006/05, que altera
denominação da Reserva Biológica do Lami que passa a se denominar Reserva
Biológica do Lami José Lutzenberger e cria o Museu José Lutzenberger. Com Emenda n.º 01.
PROC. N.º 2665/05 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 125/05, de autoria da
Ver.ª Clênia Maranhão, que dispõe sobre as questões relacionadas à liberdade
religiosa, fixando segunda opção de data para exames e atividades curriculares
em estabelecimentos de ensino público, no Município de Porto Alegre.
3.ª
SESSÃO
PROC. N.º 2480/05 - PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 022/05, de autoria do Ver. Alceu Brasinha, que determina o cancelamento da
Licença para localização e funcionamento e do respectivo Alvará do
estabelecimento que adquirir, distribuir, transportar, estocar ou revender
derivados de petróleo, gás natural e suas frações recuperadas, álcool etílico
hidratado carburante e demais combustíveis líquidos carburantes em
desconformidade com as especificações estabelecidas pelo órgão regulador competente.
PROC. N.º 2502/05 - PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 016/05, de autoria do Ver. Carlos Comassetto, que inclui § 3º ao art. 3º da Lei
Complementar n.º 113, de 21 de dezembro de 1984, e alterações posteriores, que
institui a Taxa de Coleta de Lixo no Município, isentando do pagamento dessa
taxa os imóveis destinados à extração de argila e fabricação de tijoletas,
telhas e tijolos cerâmicos.
PROC. N.º 2603/05 - PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 019/05, de autoria do Ver. Professor Garcia, que altera o art. 140 da Lei
Complementar n.º 395, de 26 de dezembro de 1996, e alterações posteriores, que
institui o Código Municipal de Saúde do Município de Porto Alegre, excluindo do
caput a palavra “escolas”.
PROC. N.º 2662/05 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 124/05, de autoria do
Ver. Márcio Bins Ely, que institui o Estatuto da Juventude e dá outras
providências.
5.ª
SESSÃO
PROC. N.º 2166/05 -
PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 007/05, de autoria do
Ver. Aldacir Oliboni, que altera a redação do parágrafo único do art. 19 da Lei
Orgânica do Município de Porto Alegre, que veda a prática de nepotismo em todos
os níveis da Administração Pública Municipal.
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.)
Ausente. O Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir a Pauta.
(Pausa.) Ausente. A Verª Manuela d’Ávila está com a palavra para discutir a
Pauta.
A SRA. MANUELA D’ÁVILA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, eu ocupo esta tribuna no dia de hoje para debater,
fundamentalmente, dois Projetos que estão em Pauta. Primeiro, vou voltar a
debater o Projeto relacionado ao Estatuto da Juventude, de autoria do Ver.
Márcio Bins Ely. Infelizmente, ontem, quando fiz esse debate, o Vereador não
estava no plenário, por estar em representação externa, e hoje tal fato se
repete. Eu me disponho a tentarmos juntos readequar ou repensar o que é um
estatuto da juventude e o que é um plano de desenvolvimento integral da juventude,
porque, nos moldes em que está formulado tal Estatuto, referindo-se a um plano
de desenvolvimento integral que não existe, nós, realmente, não conseguimos
compreender o espírito ou a finalidade de aprovarmos um estatuto com tamanhas
dificuldades de deixar claro para que veio e quais direitos da juventude quer
garantir a partir da sua existência.
Preocupa-me, e
eu já falei sobre isto ontem, este Projeto pautar uma série de temas os quais
se alega nesta Casa não serem da alçada do Poder Legislativo. Então,
preocupa-me. Ali nós temos deliberações com relação à meia-entrada para
estudantes, à identificação estudantil. Aliás, surpreende-me ver um dirigente
da União Nacional dos Estudantes propor que a identificação estudantil seja
confeccionada pelas universidades, ou seja, conceder às reitorias o poder de
organizar e identificar os estudantes, uma atribuição que historicamente cabia
à UNE. E esse Diretor, inclusive, sempre defendeu que isso cabia à entidade
histórica de representação estudantil dos universitários neste País. Assim como
não compreendo, sinceramente, a intenção de constar num estatuto municipal da
juventude que o Município seja responsabilizado pela graduação dos estudantes
de Porto Alegre. Todos nós sabemos - e infelizmente isso ainda é uma realidade
- que 91% dos jovens estão fora da universidade. É para isso que estamos todos
lutando, para que exista uma reforma universitária avançada. Agora,
simplesmente ignorar que a responsabilidade da graduação ou do Ensino Superior
é do Governo Federal é mais uma vez recair, aprovaremos uma lei que não
colabora para o desenvolvimento integral dessa juventude.
Eu repito:
acho que existem ali diversas manifestações que são simbolicamente positivas.
Acho positiva a preocupação com a universidade, acho positiva a preocupação com
as creches para as jovens mães. Eu particularmente fiz um Projeto que dizia
respeito a vagas em creches conveniadas para as jovens mães e recebi o Parecer
de que não cabia a mim fazer isso. O Vereador escreveu cinqüenta itens, e esse
foi um dos seus itens, e recebeu Parecer favorável.
Portanto, eu
gostaria de retomar essa discussão com bastante tranqüilidade, acho que nós
devemos repensar. Disponho-me a fazer isso com o Ver. Márcio Bins, sem querer
ser “a mãe” do Projeto. Podemos refazê-lo todo conjuntamente, e ele ser o autor
do Projeto, protocolar o Projeto. Agora, acho que nós temos que debater qual o
norte de um estatuto, de uma lei de juventude para o Município. Os itens ali
estão por demais dispersos, estão entrando em assuntos que não são de
responsabilidade desta Câmara. E mais: entra em assuntos que são de
responsabilidade da União, porque nós já temos um plano e o Estatuto Nacional
da Juventude. Nós temos é que adaptar as nossas legislações a esse Estatuto,
como vamos fazer, na revisão do Plano Diretor, com o Estatuto da Cidade. A
juventude é uma em todo o País, nós devemos fazer as adaptações das nossas leis
ao Estatuto Nacional da Juventude, elaborado por um Deputado, vejam só, do
PMDB, na Comissão Especial de Juventude do Congresso, uma Comissão que existiu,
o que é diferente do que este Parlamento faz, do que a situação faz, esvaziando
uma Comissão Especial.
Por fim,
gostaria de pautar o Substitutivo nº 2 do Ver. Paulo Odone ao Projeto de
autoria do Ver. Raul Carrion, que já teve um Substitutivo de autoria conjunta,
meu e do Ver. Raul Carrion. Nós vivemos um momento, no movimento estudantil, de
luta dos estudantes no nosso País, de combate à Medida Provisória nº 2.208/01,
que o Ministro de Educação Paulo Renato fez, aliás, o Ministro da Educação que
durou mais tempo neste País. A Medida, numa tentativa de fragilizar a entidade
de representação estudantil, garantia o direito - e já havia direito à
meia-entrada - da participação de qualquer entidade estudantil.
O Ver. Paulo
Odone, na minha opinião - já me dispus, em conjunto com o Ver. Carrion a
discutir com ele, a formatarmos a idéia geral -, ao apresentar esse
Substitutivo, equivoca-se. Ele quer que valha a Medida Provisória no nosso
Estado. O problema, Ver. Dib, é que a Medida Provisória não garante direito: a
Medida diz que onde existe o direito que valha qualquer identidade. Então,
querer que valha qualquer identidade, onde não existe o direito, é querer que
os estudantes aqui da nossa Cidade não possam desfrutar um direito que lhes é
garantido em 25 Estados da União e no Distrito Federal, porque o único Estado
que não executa meia-entrada para estudantes ainda é, infelizmente, o Estado do
Rio Grande do Sul. Muito obrigada.
(Não revisado
pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, há dois grandes
males na vida pública brasileira: os que falam do que não entendem e os que dão
o que não é seu. Eu sou um socorrido do Pronto Socorro Municipal. No dia em que
eu fui socorrido no Pronto Socorro Municipal, se eu tivesse ido para - naquele
tempo era melhor o estado da Cidade - o Hospital Moinhos de Vento, eu não
estaria nesta tribuna na posição em que eu estou. Portanto, quando falarem do
Hospital Pronto-Socorro, têm de cuidar, e cuidar muito bem.
Como eu disse
que um dos males é dar o que não é seu, está aqui um Substitutivo, de autoria
do Ver. Paulo Odone, que proporciona aos estudantes meia-entrada nos
espetáculos culturais, esportivos e de lazer. Devo dizer que, no meu
entendimento de estudante muito pobre, mesmo que eu tivesse de pagar só 25%, eu
não poderia ir ao teatro, porque não tinha dinheiro e até porque tinha que
trabalhar sábado e domingo. Esse Projeto vai dar àqueles mais aquinhoados a
oportunidade, de forma gratuita, de ir ao teatro, aos esportes.
Mas também me
preocupa a fúria legiferante desta Casa. Eu vejo aqui o Ver. Gerson Almeida,
que tem um programa municipal de agricultura urbana. Eu olho aqui a Verª Sofia
Cavedon com um programa de agricultura familiar urbana na Escola Cidadã. Bem,
os dois foram Secretários do Município, os dois poderiam ter feito aquilo que
estão aqui propondo - um propôs ontem, o outro propõe hoje. Então, parece-me
que há realmente uma fúria legiferante.
O Sr. Gerson Almeida: V. Exª permite um aparte?
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Concedo-lhe um aparte, Ver. Gerson Almeida, se for breve, porque eu
tenho muita coisa para falar.
O Sr. Gerson Almeida: Serei breve.
Quero dizer-lhe que, como Secretário responsável pela implantação do Programa
Fome Zero, uma das principais questões que o comitê gestor discutiu foi no
sentido de estimular que pequenas áreas da Cidade fossem de produção agrícola,
e este Projeto vem nesse rastro. Por isso, queremos que seja dada continuidade
a esse projeto. E gostaria do seu apoio.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Concordo com V. Exª, que fez esforço, sem dúvida
nenhuma. Mas para isso não é necessária uma lei, basta que as Secretarias tomem
a providência necessária.
Aqui o Ver.
Dr. Raul propõe um Projeto que já é lei, Lei nº 6.999; o Ver. Paulo Odone
propõe um Projeto do Dia Olímpico Municipal, que já é a Lei nº 8.864 - e aí eu
tenho uma restrição com a Diretoria Legislativa: os Vereadores deveriam ser
alertados se a matéria já existe, se já foi legislada.
Eu fico preocupado com a fúria
legiferante. O Ver. Oliboni pretendeu uma Emenda sobre nepotismo, e eu falo com
tranqüilidade porque, no meu gabinete, não há ninguém da minha família. Eu acho
que essa fúria legiferante tem que parar, até porque essa história do nepotismo
já gerou agressões nesta Casa. Hoje circula na Câmara um volante escrito
dizendo que a Câmara foi envergonhada. Eu não acho que a Câmara tenha sido
envergonhada. Agora, é uma vergonha manter o Projeto quando aqui está.
Ontem, na descida pelo elevador,
encontrei o Dr. Velasquez, eu o elogiei, mas ele disse que não merecia elogio.
Não, ele merece muito mais do que um elogio, deve ser ressaltado por seus
conhecimentos. Ele diz aqui: “De mencionar" - Projeto do nepotismo -
"por relevante na apreciação da matéria, que o Tribunal de Justiça do Rio
grande do Sul já se manifestou sobre o assunto, tendo já declarado
inconstitucionais emendas de igual teor, por vício de iniciativa (cópias anexas).”
E nós tivemos que assistir a brigas, assistir a agressões, porque não pode ser
legislado da forma que está. Essa é uma, mas aqui há outra, e a Verª Neuza
Canabarro tem mais outras ações de inconstitucionalidade que foram aceitas pela
Justiça. O Ver. Oliboni se preocupou em colocar o voto dos vencidos, e não dos
vencedores da maioria do Tribunal.
Portanto, é muito bom acalmar a
fúria legiferante desta Casa, porque o que nós precisamos é respeito à lei, e
para isso as leis devem ser claras, concisas, precisas e não repetidas. Saúde e
PAZ!
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós queremos apregoar um Requerimento de autoria da Verª Clênia Maranhão,
pelo qual ela solicita autorização para representar a Casa na cidade de Lisboa,
Portugal, entre os dias 21 e 24 de maio do ano em curso. Nos dias 21 e 22 de
maio participará, como palestrante, do 7º Congresso do Movimento Democrático de
Mulheres. O evento contará com a presença de representantes de países europeus
e africanos. Nos dias 23 e 24 de maio, cumprirá agenda com a Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa, oportunidade em que será tratado o tema do
Seminário Internacional de Mulheres dos Países de Língua Oficial Portuguesa, a
ser realizado de 30 de junho a 4 de julho em Brasília, e audiências com a
Associação de Mulheres de Carreira Jurídica, sobre a atuação na área do tráfico
de mulheres, com a Fundação Luso-Brasileira e com a Universidade Lusofona.
Informa que tal representação será sem ônus para este Legislativo.
(Manifestação do Ver. João
Antonio Dib fora do microfone. Inaudível.)
O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, está sendo solicitada uma
autorização para representar a Câmara. Só o Plenário pode dizer que sim.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Logo em seguida, daremos solução definitiva para o
questionamento.
O SR. RAUL CARRION: Ver. Elói Guimarães, Presidente desta Casa; eu só
queria dizer que também, no dia de ontem, encaminhei um pedido de representação
para um encontro em Brasília, para o qual sou convidado, inclusive para compor
a Mesa de abertura, sobre política habitacional e urbanística. Gostaria que, se
possível, no dia hoje, fosse oficializada a minha representação, também sem
ônus para a Casa.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Tão logo chegue, Ver. Raul Carrion, nós daremos as
informações a V. Exª. E, logo em seguida, Ver. João Antonio Dib, nós trataremos
do assunto.
O Ver. Carlos
Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Prezado Sr. Vereador-Presidente desta Casa, Elói
Guimarães; prezados colegas Vereadores, prezadas colegas Vereadoras, público
que nos assiste, ouvintes do Canal 16, venho hoje a esta tribuna comentar
alguns Projetos. Creio que, pela primeira vez, quero fazer o comentário de um
conjunto de Projetos que estão tramitando nesta Casa, é um conjunto de Projetos
que se coloca na afirmação de um conceito de modelo de cidade. Porque nós temos
discutido aqui, Vereadores e Vereadoras, muitos Projetos que estão soltos no
espaço, que não se relacionam com o modelo de cidade. E hoje temos a felicidade
e ao mesmo tempo até a casualidade de estarem em Pauta o PLL nº 237/04, de
autoria do Ver. Gerson Almeida, do PT, que institui o Programa Municipal de
Agricultura Urbana; o PLL nº 016/05, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, do PT,
que trata da questão da regulamentação das feiras em Porto Alegre; o PLL nº
118/05, de autoria da Verª Sofia Cavedon, do PT, que trata do Programa de
Agricultura Familiar Urbana; o PLE nº 006/05, de autoria do Executivo
Municipal, que trata da Reserva Biológica do Lami e o PLL nº 250/05, Projeto de
minha autoria, que trata do incentivo à produção de cerâmica com a exploração
primária de argila em Porto Alegre.
Por que faço
referência a esses Projetos que tratam do conceito de cidade? Hoje estaremos
discutindo aqui, logo mais, a constituição da nova Comissão que irá avaliar
essa primeira etapa do Plano Diretor da cidade de Porto Alegre, plano esse que
tratou e construiu um modelo de cidade rururbana, muito contestado por alguns e
não entendido, ainda, nesta Cidade, por muitos. Portanto, é importante que venhamos
a aprofundar esse debate e dizer como é que esses Projetos se relacionam e se
enquadram nesse modelo conceitual e filosófico de cidade. A cidade rururbana é
uma cidade que reconhece, no seu espaço, a atividade de produção primária - a
agricultura, a produção de animais, a questão do turismo, a questão do
reconhecimento do tema ambiental e da preservação dos espaços ambientais, seja
dos morros, seja das matas, sejam das suas nascentes, sejam da sua orla - como
um bem coletivo que pode ser utilizado para geração de economia e renda.
E o PLL nº
237/04, de autoria do Ver. Gerson Almeida, institui esse tema da agricultura
urbana, que não é um privilégio desta Casa ou desta Cidade, porque já faz parte
do programa das Nações Unidas para o combate à fome e à miséria. O que
significa um projeto de agricultura urbana? Se nós formos trabalhar na
essência, significa que nós vamos estar trabalhando a questão dos resíduos
sólidos e dos resíduos orgânicos desta Cidade - e nesta segunda-feira
homenageamos aqui o Dia do Gari. É um absurdo aqueles que moram em casa e que
possuem pátio colocarem, no portão de suas casas, o lixo orgânico para que seja
levado aos aterros, podendo assim poluir os mananciais. Isso pode e deve ser
transformado em energia, que produza alimentos, que produza vida, isso é o
pensar qualificado de uma cidade moderna, de uma cidade urbana e ambientalmente
correta. Esse conjunto de Projetos constitui essa filosofia de cidade.
O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Ver. Comassetto, certamente tem o nosso apoio para aprovação desse Projeto que
isenta as empresas que trabalham com argila, que estão sobrevivendo com muita
dificuldade, até porque o Imposto Predial e Territorial Urbano é altíssimo. Mas
não poderia deixar de lembrar que essa é uma herança deixada pelo seu Partido.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Muito obrigado, Ver. Bernardino.
Então, a
discussão permanente da qualificação da Cidade não é privilégio de uma gestão
ou de um Partido; é um processo que se constituiu. Portanto, volto a repetir
aqui, agradecendo a atenção de todos, que hoje fico muito feliz, aqui nesta
tribuna, por poder comentar sobre um conjunto de Projetos que trabalha numa
mesma direção, que é a de constituir uma política, um conceito e uma filosofia
de Cidade que são a base da discussão da sustentabilidade das cidades.
Por isso,
concluo dizendo que apoiamos o Projeto do Executivo Municipal que homenageia o
Sr. José Lutzenberger, dando o seu nome para a Reserva Biológica do Lami,
ficando, então, Reserva Biológica do Lami José Lutzenberger. Essa questão
conceitual de modelo de cidade, Sr. Presidente, faz parte de uma visão e de um
trabalho que são de responsabilidade de todos nós. Muito obrigado.
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, realmente o Imposto Predial e Territorial Urbano
é muito caro em Porto Alegre, essa é uma herança que não sei como vamos
resolver. De qualquer maneira, reafirmo que o nosso voto é favorável ao Projeto
do Ver. Comassetto.
O Ver.
Brasinha traz aqui um Projeto que nós precisamos observar e dar o destaque que
merece. Resumindo, o Ver. Brasinha está propondo a cassação do alvará daquele
estabelecimento que comprovadamente comercializa combustível adulterado.
Vereador, meus parabéns pelo seu Projeto, terá o nosso apoio e certamente o
apoio dos demais Vereadores, porque é impossível que a população fique à mercê
desses picaretas - desculpem-me o termo -, que sabemos que são muitos, até para
preservar e respeitar aqueles que trabalham honestamente nesse segmento. Nós
sabemos que há falsificadores, mas não podemos evidentemente generalizar.
Agora, eu acho que essa é uma boa medida - cassar o alvará -, desde que
devidamente comprovado que foi praticada adulteração ou que o proprietário
sabia do produto adulterado e o adquiriu.
O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Obrigado, Ver. Bernardino. Nós fizemos, pela CEFOR, uma audiência com
as distribuidoras de combustíveis e também com os postos, porque, quando da
entrada em vigor dos novos tributos, os valores dos combustíveis ficaram
exorbitantes. Juntamente foi trazida uma denúncia - inclusive temos a Ata da
reunião do dia -, em que foi afirmado que persiste a comercialização e
adulteração de combustíveis em muitos postos, trazendo um grave prejuízo aos
consumidores. Cumprimentamos a iniciativa do Ver. Brasinha, porque essa
adulteração atenta contra os direitos do consumidor. Muito obrigado.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Obrigado, Ver. Todeschini.
Quero falar,
agora, do Projeto do meu colega Ver. Dr. Raul. Esse Projeto suscitou,
inicialmente, certa dúvida na Verª Mônica Leal, porque trata de planejamento
familiar, assim como um Projeto da Vereadora. Portanto, estou aqui para
esclarecer, já que me comprometi a fazê-lo. O Projeto da Verª Mônica institui o
ensino do planejamento familiar no currículo escolar dos Ensinos Fundamental e
Médio das escolas da rede municipal de Porto Alegre. E o Projeto do nosso
colega Ver. Dr. Raul autoriza a criação do Centro Integrado de Planejamento
Familiar de Porto Alegre. É um Projeto autorizativo, cria um local para se
discutir o assunto.
De qualquer
sorte, quero cumprimentar os dois Vereadores, porque trazem Projetos que tratam
de um assunto do qual não podemos fugir: o planejamento familiar. O fruto do
não-planejamento familiar está nas ruas: crianças jogadas nas sinaleiras,
debaixo dos viadutos; esse é o produto da falta de controle, de planejamento
familiar. Então queremos cumprimentar os dois Vereadores porque são Projetos
que se completam.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Ver. Bernardino, a Lei nº 6.999 contempla perfeitamente esse Projeto do Ver.
Dr. Raul; esta Lei inclusive está regulamentada. É por isso que falei em fúria
legiferante.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: De qualquer sorte, é um assunto importante.
Agora, eu não
consigo entender por que vários segmentos religiosos ainda combatem o uso da
camisinha. Vários segmentos religiosos omitem esse assunto, têm medo de
assumi-lo! Nós temos de brigar nesse sentido, temos de conscientizar os
segmentos religiosos para que incentivem o uso da camisinha, porque não é só
para o controle da natalidade, para o controle familiar, mas também para
prevenção de doenças. Nós temos de ter coragem de subir aqui e assumir isso! Eu
sou católico, mas não admito que nenhum segmento religioso, hoje, permaneça com
o pensamento da Idade Média. Quero assumir o ônus desse meu posicionamento!
A Srª Manuela d’Ávila: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Bernardino, obrigada pelo aparte. Eu
gostaria de lhe dizer que, pelo menos, na minha opinião, de quem trabalha
cotidianamente com a juventude, V. Exª não assume nenhum ônus. V. Exª assume o
bônus diante desse reconhecimento, neste momento histórico, da necessidade dos
métodos contraceptivos e que evitam doenças sexualmente transmissíveis; isso é
um avanço, fundamentalmente, quando V. Exª se reconhece católico e reconhece a
necessidade dessa discussão e dessas políticas.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Muito obrigado, Vereadora. Era isso. Obrigado, Sr.
Presidente.
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em face do Requerimento e sustentação do Ver. João
Antonio Dib, gostaria que adotássemos um critério até que se normatize a
matéria. O Regimento, no parágrafo 4º, do art. 218, assim dispõe (Lê.): “A Mesa
e Lideranças fixarão, por meio de Resolução, cota anual e individual para
custeio de passagens e diárias aos Vereadores em representação, em eventos
oficiais ou em missão especial, sendo necessária a aprovação do Plenário quando
exceder o valor fixado”. Então, há um vácuo aqui a ser normatizado. Nós vamos
adotar como critério, até que se normatize a matéria, ou seja, ex nunc, a partir de agora, no sentido
de que as representações fora do Estado, evidentemente, no País e no Exterior,
sejam submetidas à deliberação do Plenário. Porque há argumentos que sustentam
interesses inversos, etc. e tal. Assim sendo, ele pode ter oportunidade de se
manifestar. Já que o Plenário é soberano, nós vamos adotar esse critério.
Portanto,
submeto à deliberação o Requerimento da Verª Clênia Maranhão solicitando
autorização para representar a Casa na cidade de Lisboa, sem ônus para a Casa.
(Pausa.) O Ver. Adeli Sell está com a palavra para encaminhar a votação do
Requerimento nº 152/05, de autoria da Verª Clênia Maranhão.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, em primeiro lugar queria parabenizar o Presidente Elói Guimarães
por essa postura, porque acho que ele poderia fazer o que era de praxe:
autorizar, na medida em que não há nenhum ônus para esta Casa. Acho importante
também que, nessas incursões maiores, como uma representatividade da Casa, se
possa votar, inclusive apoiar.
Acho que - e
não falo somente pela minha Bancada - em especial as mulheres deste Plenário
vão gostar de ver a nossa Vereadora representando a Câmara Municipal de Porto
Alegre, expondo a trajetória do seu trabalho, que é uma trajetória progressista
em defesa dos direitos das mulheres. Então, isso é fundamental. E acho também
fundamental, Ver. Elói Guimarães, que os Vereadores participem desses eventos.
Ainda mais que - neste momento, nós temos algumas dificuldades financeiras -
tudo será franqueado, a Casa não terá gastos. Então, nós vamos ter uma
representação importante, numa atividade internacional importante. Eu tenho
certeza de que a Vereadora Clênia tem um profundo domínio sobre esse tema e vai
representar a cidade de Porto Alegre. Nós estamos colocando Porto Alegre num
outro espaço, em Portugal, para que as pessoas conheçam mais e melhor a nossa
Capital, conheçam todos os delineamentos que temos nessa área, em especial, que
é o trabalho em defesa dos direitos das mulheres.
Sr.
Presidente, no início do ano, tivemos algumas discussões aqui sobre a questão
de viagens e representações. A Mesa está a nos dever - e quero cobrar isso -
uma posição sobre as viagens. Havendo restrições financeiras, o Vereador não
deveria ser impedido de usar a parcela que se tem na Casa para a utilização em
papel, ou para mimeografia, ou seja nisso, ou seja naquilo. Por exemplo, junto
com o Ver. Sebastião Melo e outros tantos, achamos que, em vez de se gastar um
monte de dinheiro em papel, xerox, a gente poderia ter mais um ponto de
Internet, que é muito mais ágil, muito mais efetivo para o nosso trabalho. Em
vez de gastarmos quinhentos ou mil reais em papel, poderíamos gastar cento e
oitenta reais num ponto de Internet. O trabalho é mais efetivo, Ver. Gerson
Almeida, ou não é?
Se eu quiser
gastar a minha cota para ir a Brasília mobilizar, batalhar junto ao Governo
Federal, junto ao Ministério, para fazer um trabalho... Imaginem se o Ver.
Brasinha quiser levar adiante - e nós estamos apoiando um Projeto seu sobre a
questão da cassação dos alvarás daqueles que falsificam, adulteram o
combustível -, se ele quiser negociar isso com a Agência Nacional do Petróleo
e, dentro da sua cota, gastar numa viagem a Brasília, é alto lucro para a
Câmara! Não vamos gastar em outras coisas, vamos gastar naquilo que ajuda o
povo de Porto Alegre, que é bom para o povo de Porto Alegre.
Portanto,
estou me utilizando desse encaminhamento, minha cara colega Verª Clênia
Maranhão, para desejar sucesso na sua atividade, para que bem nos represente,
como sei que nos representará, ainda mais que não haverá custo nenhum para a
cidade de Porto Alegre e para esta Casa. Obrigado.
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 152/05, de sua autoria.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, vou participar, na Europa, em Lisboa, de um evento internacional da
maior relevância para as mulheres comprometidas com a construção de políticas
públicas da igualdade. É o VII Congresso Internacional das Mulheres
Democráticas. Durante três dias, serão trabalhados os temas da luta feminina
contra a violência, a exclusão social, a discriminação, o preconceito. Acoplado
a essa agenda, tendo em vista a militância que tenho dedicado não apenas como
Parlamentar desta Casa, construindo uma série de legislações, fazendo muitas
vezes com que Porto Alegre seja uma entidade pioneira na aprovação de projetos
na luta da igualdade de gênero, eu estou fazendo uma série de audiências, como,
por exemplo, nas universidades, no Comitê Internacional de Países de Língua
Portuguesa, nas entidades que tratam uma temática que esta Casa também é
pioneira, em nível de ação local, referente ao tráfico de seres humanos, em que
as mulheres têm sido as maiores vítimas.
Eu faço
questão de explicitar a este Plenário a importância dos trabalhos que farei em
Lisboa, inclusive, no sábado e domingo, porque trabalharemos no sábado e no
domingo, inclusive, no domingo à noite, porque é importante darmos visibilidade
ao conjunto das ações políticas e não apenas parlamentares, desenvolvidas pelo
conjunto dos representantes da população de Porto Alegre que compõe este
Parlamento.
Evidentemente,
pelo fato de eu ter dedicado uma parcela significativa do tempo do meu mandato
a essa causa, recai sobre a minha pessoa e sobre o meu gabinete o convite para
que possa falar em duas oportunidades, com duas conferências intituladas: A
Mulher, a Igualdade e o Sonho e A Solidariedade Internacional com as Mulheres
da África.
Porém, quero
registrar que o meu pedido de representação desta Casa não é um pedido que
propicia qualquer gasto para ela. Eu estou em representação oficial, porém sem
gastar um centavo do dinheiro do Parlamento. Eu queria dizer que muitas
representações foram feitas e deverão ser feitas, incluindo ônus; porém, nesse
caso, eu acho importante, considerando uma realidade de dificuldades
financeiras deste Parlamento, explicitar para as Sras Vereadoras,
para os Srs. Vereadores e para as pessoas que nos escutam que essa viagem é sem
ônus. Porém extremamente significativa para uma rede solidária e de construções
de políticas públicas para as mulheres do nosso Município e do nosso País.
Por último, eu
queria dizer que terei a oportunidade de discutir um dos Projetos em tramitação
que trata da questão do Código de Dignidade, porque se inspira em uma
experiência da União Européia que foi aprimorada em uma série de debates feitos
no Município de Porto Alegre, onde se procura construir políticas de igualdade
de gênero no Poder local.
Eu acho essas
informações importantes de serem dadas. A maior parte das informações constarão
no Projeto e estarão, também, anexadas ao Processo ao final dessa viagem.
(Não revisado
pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação Requerimento nº 152/05, de autoria da
Verª Clênia Maranhão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Requerimento
de autoria do Ver. Raul Carrion solicitando autorização para representar a
Câmara, sem ônus, no Seminário Internacional Legislação e Gestão Urbana, a
realizar-se nos dias 1º e 2 de junho de 2005 em Brasília. Em votação
Requerimento s/nº de autoria do Ver. Raul Carrion. (Pausa.) O Ver. Raul Carrion está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento de sua autoria.
O SR. RAUL CARRION: Exmos Vereadores e Vereadoras, Líderes
para os quais tive oportunidade de encaminhar o fôlder convocatório. Vou ser bem rápido, para agilizarmos. Eu queria, em
primeiro lugar, expor o objetivo desse Evento, como disse o meu Presidente,
Seminário Internacional Legislação e Gestão Urbana. A Conferência de Abertura: A
Nova Ordem Jurídico-Urbanistíca no Brasil. Primeiro painel: Os Processos
Sociais no Planejamento e Gestão das Cidades. Segundo painel: Planos Diretores
e Instrumentos de Gestão Urbana. E o terceiro painel: IPTU e outros
Instrumentos Fiscais; Experiências e Desafios.
Tivemos a
honra, inclusive, de ser convidados para a solenidade de abertura, na Mesa em
que estará o Presidente da Câmara dos Deputados; o Presidente da Comissão de
Desenvolvimento Urbano da Câmara de Deputados; o Ministro Olívio Dutra; o Presidente
da Caixa Econômica Federal; o representante do Lincoln Institute of Land
Policy; o Prefeito de Manaus e eu, representando, além da Casa, a Frente
Nacional de Vereadores pela Reforma Urbana.
Para concluir,
eu quero expor, além da importância do Evento, a minha opinião também, no
sentido de que essas atividades dos Srs. Vereadores, em eventos nacionais, em
eventos internacionais ou eventos estaduais, vinculadas às funções, às
Comissões que os Vereadores desenvolvem, não são supérfluas; são atividades essenciais
para a qualificação da nossa Câmara. Deveríamos ter esse mecanismo que há anos
nós defendemos, que é a flexibilização das quotas - aprovadas em Plenário -,
para permitir que esses valores sejam utilizados pelos Vereadores, sem qualquer
acréscimo de gastos para a Câmara, que não sejam empregados em cobertura para
turismo. A Casa deve ver a importância da viabilização disso.
Eu coloco um
exemplo: em um evento como esse, Ver. Brasinha, possivelmente os seis
Vereadores da CUTHAB poderiam estar indo, porque estariam, se achassem
importante, usando a quota de que dispõem. O Ver. Ismael, eu tenho certeza de
que teria o maior interesse em estar acompanhando esse Seminário, o Ver.
Comassetto e o Ver. Mario Fraga, pois estariam deixando, possivelmente, de utilizar
tantas resmas de papel, porque achariam mais importante estar num seminário
internacional. Iriam trabalhar a questão do Plano Diretor, iriam trabalhar a
questão do IPTU e a questão da legislação no País. Agora, nós temos uma quota
que permitiria a participação nesses eventos, Ver. Haroldo, e somos obrigados a
comprar papel e, em eventos dessa qualidade, que qualificam o mandato, que
qualificam a Casa, Ver. Bernardino, não podemos ir. Alguns pensam talvez que é
turismo passar dois dias discutindo legislação urbana, IPTU e assim por diante.
Então, quero dizer que nós precisamos urgentemente discutir como aplicar melhor
a quota que os Vereadores têm, que não é utilizada para questões
importantíssimas para o nosso mandato. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Raul Carrion. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
A Verª Mônica
Leal está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver. Raul
Carrion está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, em primeiro lugar, eu queria tratar de um Projeto do ano de 2003,
de minha autoria, que agora recebeu um Substitutivo comum, meu e da Verª
Manuela, que, aliás, na sua campanha, defendeu essa proposta da meia-entrada.
Eu achei de justiça, não só pelo seu conhecimento do tema, como líder
estudantil, como dirigente da União Nacional dos Estudantes. Eu pensei que o
meu Projeto poderia ser aperfeiçoado com a contribuição da Verª Manuela, como o
foi realmente. Posteriormente, o Ver. Paulo Odone fez um Substitutivo ao nosso
Projeto, que é o Substitutivo nº 2, que amplia esse direito da meia-entrada nos
cinemas, nos teatros, nos espetáculos circenses, que havia sido estendido, com
o Substitutivo em comum com a Verª Manuela, também para os espetáculos
esportivos. O Ver. Paulo Odone estendeu em geral, não aos estudantes, mas para
todos os jovens e entende que é desnecessária a carteira estudantil para esse
benefício.
Qual é o nosso
entendimento? Aliás, setores da imprensa deram este entendimento: que a
ampliação em demasia desse direito poderia acarretar a inviabilização do
direito. E, segundo alguns colunistas, essa seria a decorrência desse
Substitutivo. Primeiro, queremos dizer que, pessoalmente, a Verª Manuela tem o
entendimento de que não é intenção do Ver. Paulo Odone fazer um Substitutivo
que inviabilize um Projeto tão importante. Respeitamos o Ver. Odone, temos certeza
da sua seriedade, porém achamos que o articulista está certo, que a
conseqüência poderá ser essa. Por quê? Porque a meia-entrada para os
espetáculos culturais, esportivos, de lazer é uma tradição histórica no Brasil
para os estudantes. Os que são menos jovens tiveram a oportunidade de conviver
com a meia-entrada, que, durante o regime militar, acabou sendo eliminada na
prática.
A Medida
Provisória do Presidente Fernando Henrique, que o Ver. Odone pensa que criou
esse direito, na verdade só determina que, quando esse direito existir, não
será necessária a carteira estudantil. Essa é a essência. Qual foi o objetivo
de Fernando Henrique com essa medida, Ver. Todeschini? Desestruturar,
enfraquecer e debilitar as entidades estudantis que se opunham ao seu desgoverno
entreguista, ao seu desgoverno neoliberal, que desmantelou a economia nacional.
Foi uma retaliação contra os estudantes.
É de lamentar
que o Ver. Odone, do Partido Popular Socialista, que deveria fortalecer as
entidades estudantis, aliás, que veio do velho Partido Comunista Brasileiro,
que desandou e veio a se transformar no PPS, endosse uma política neoliberal de
Fernando Henrique de enfraquecer as entidades estudantis. Nós entendemos que o
Substitutivo nº 1, de nossa autoria, junto com a Verª Manuela, consegue, por um
lado, fazer com que as entidades estudantis sejam novamente as protagonistas, e
é a compreensão de que essa meia-entrada tem razão de ser para criar condições
e fazer com que o estudante valorize a cultura.
Se
conseguirmos dar esse passo, Verª Manuela, poderemos até, na seqüência, pensar
em uma ampliação a todos os setores. Agora os jovens, ou estão estudando, ou
deveriam estar estudando no ensino secundário, no ensino primário ou no ensino
de terceiro grau; inclusive é uma obrigação da sociedade e dos familiares que
os jovens estejam estudando; somos contra o trabalho do jovem no período de
estudo, o que muitas vezes ocorre. Então, também o nosso Projeto incentiva o
estudo. Muito obrigado.
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Encerrada a Pauta.
O SR. RAUL CARRION (Requerimento): Eu e a Verª Manuela estamos encaminhando a V. Exª
um Requerimento que tem por objetivo denunciar o Ver. Luiz Braz, com base no
Código de Ética Parlamentar e no Regimento Interno, em relação às lamentáveis e
injustificáveis agressões verbais e físicas que foram realizadas na semana
passada, na quinta-feira, para que haja, dentro do Código de Ética, o exame
desse comportamento e para que a Casa se pronuncie. Queremos dizer que não nos move
a intenção de, unicamente, reparar uma agressão à nossa pessoa, mas
principalmente de zelar para que, nesta Casa, a manifestação dos Srs.
Vereadores não seja, digamos, impedida ou atemorizada por atitudes que não
correspondem. Temos certeza de que a Casa, na sua lisura, no seu equilíbrio,
examinará atentamente, de forma correta, e de que conseguiremos superar esse
tipo de problema, tendo uma relação civilizada entre todos os Vereadores,
independente da divergência de opinião, independente da polêmica, às vezes
acesa, mas é preciso resguardar a ética nesta Casa e a relação madura.
Então, estamos
passando o Requerimento a V. Exª, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Está sendo encaminhado, como sustentado, um
Requerimento de parte do Ver. Raul Carrion e da Verª Manuela d’Ávila, o qual,
evidentemente, eu vou examinar, submeter à avaliação, enfim, para que se tenha
uma decisão.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, não é a primeira vez que tentam me calar aqui nesta
Casa, não é a primeira vez que espalham mentiras e mais mentiras para que este
Vereador não se posicione mais de uma maneira firme, de acordo com os seus
pensamentos. Eu quero que tudo aquilo que possa ser examinado para medir a
conduta deste Vereador assim o seja.
Mas também
gostaria, Sr. Presidente, que todas as mentiras que são faladas aqui,
diariamente, por parte dessas pessoas que pedem essa Comissão de Ética... que
também sirva, quem sabe, para que essa mesma Comissão possa averiguar se é este
Vereador ou se são essas pessoas que estão faltando com a ética, com o zelo à
moral aqui nesta Casa. Mas este Vereador, como sempre de cabeça erguida, não
teme nenhuma arremetida de pessoas desse naipe contra atos que porventura
esteja cometendo. Todos os meus atos são absolutamente abertos, e eu não temo
essas investidas, Sr. Presidente. Estarei atento a tudo aquilo que for falado
contra este Vereador, estarei atento contra todas as calúnias que normalmente
essas pessoas que entregaram esse documento a V. Exª costumam passar aqui neste
Plenário. E podem ter certeza absoluta de que aqui neste Plenário sou Vereador,
respeito o Regimento Interno e zelo por ele. Fora deste Plenário, eu sou um
cidadão e assim eu responderei.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Está entendido, nobre Vereador.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, eu não posso falar em nome dos meus
cabelos brancos porque tenho muito pouco cabelo. Mas eu posso falar em nome da
paz, em nome da ética. Eu acho que nós deveríamos buscar a paz, e a forma de
buscar a paz não era ler esse Requerimento, era protocolá-lo e deixar decidir
se havia razão para a Comissão de Ética tomar uma providência. Nós não somamos
nada, neste momento, para a Casa. Hoje, até um volante anda por aí, o que é
muito desagradável. Saúde e PAZ!
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra.
O SR. NEREU D’AVILA (Requerimento): No mesmo sentido, Sr. Presidente, já que foi
protocolado, a Bancada do PDT entregará a V. Exª uma solicitação por escrito -
mas já o faço verbalmente -, no sentido de que seja apreciado pela Comissão de
Ética o panfleto distribuído pelo Ver. Oliboni, em que ele diz que a Câmara
está envergonhada e usa o nome de Vereadores - no nosso caso, usa o nome da
nossa Verª Neuza Canabarro, sem a sua autorização - colocando - e quantos
milhares de panfletos foram distribuídos na Cidade! - o nome de uma Vereadora
sem sequer haver a lei! Não há lei aqui na Câmara, ainda, que eu saiba, sobre o
nepotismo! Então, não se pode, antecipadamente, tentar vilipendiar Vereadores
em nome de algo que não existe ainda e usando o nome da própria Instituição!
Então, a Bancada do PDT requer a V. Exª que também a Comissão de Ética se
pronuncie, e o faremos por escrito, com as seis assinaturas da Bancada do PDT;
mesmo teor do atual Requerimento do Ver. Raul Carrion.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): De acordo. O Ver. Aldacir Oliboni está com a
palavra.
O SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre Presidente, esse panfleto é apenas uma
reprodução do que cada Vereador ali citado falou aqui na tribuna da Câmara.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Bem, está feita a dita, a contradita. O
Requerimento encaminhado pelo Ver. Raul Carrion nós vamos examinar. Por outro
lado, o PDT anuncia, também, o ingresso de um Requerimento, que deverá ser por
escrito.
O Ver. José Ismael
Heinen está com a palavra.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Sr. Presidente, muito obrigado. Eu queria, em nome
deste Vereador e, se houver permissão, em nome do Ver. Claudio Sebenelo, fazer
uma referência ao Líder da nossa Bancada. Nós somos solidários ao nosso Líder,
Ver. Luiz Braz, sobre a sua conduta, sobre a sua batalha nesta Casa. O PSDB, em
nome do Ver. Claudio Sebenelo e do Ver. Ismael, é totalmente solidário. Pode
contar conosco.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, eu também, de forma particular,
quero hipotecar a minha solidariedade ao Ver. Luiz Braz, à sua conduta aqui
nesta Casa antes, agora e depois. E gostaria de pedir à Bancada do PCdoB que
maneire um pouquinho naquilo que acusa. Eu acho que a nossa Câmara tem muita
ética, sim, tem muita moral. Não será por causa de um episódio isolado que
aconteceu - e virá a acontecer no futuro, porque aqui é uma Casa de peleia, de
disputas, de diálogo - que nós vamos considerar a Câmara toda como uma Casa que
não tem moral. Não é por aí. Muito obrigado.
O SR. MARIO FRAGA (Requerimento): Sr. Presidente, eu quero fazer um pedido a V. Exª -
e o farei também por escrito -, no sentido de perguntar à Câmara Federal e ao
Governo Lula se é ético, também, as pessoas terem parentes na sua composição.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, se for intervenção, deve ser feita
da tribuna. Requerimento para mandar ao Governo Lula? Tem de ser aprovado pela
Casa.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, agora mesmo eles acabaram de fazer
três ou quatro intervenções, uma atrás da outra...!
A SRA. SOFIA CAVEDON: Não vamos rasgar o Regimento, não é, Ver.
Sebenelo? Tem de ser aprovado pela Casa...!
O SR. CLAUDIO SEBENELO: A Verª Sofia Cavedon, agora, é a corregedora da
Casa!
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu pediria que cada Vereador formulasse as
postulações e Requerimentos na forma do Regimento.
A Verª Sofia
Cavedon está com a palavra.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, o que eu solicito é no sentido de
que esse Requerimento do Ver. Mario Fraga... Parece-me que um Requerimento tem
de ser formulado por escrito e ir para o espelho para que possamos votá-lo,
para que seja encaminhado.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Eu proponho à Verª Sofia Cavedon que ela assuma a
Corregedoria da Casa.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu tenho dito reiteradamente - e volto a repetir -
que não cabe ao Presidente instigar o Plenário a usar tempos.
O Ver.
Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; meus colegas
Vereadores e minhas colegas Vereadoras, eu quero dizer a V. Exas que
vim a esta tribuna para falar de um outro tema, mas não posso, mesmo que
brevemente, deixar de me referir aos episódios recentes aqui do Plenário. Quero
dizer que esse debate está completamente torto, porque todos os Partidos têm os
seus problemas, seja em nível nacional, estadual ou municipal. Portanto, acho
que aqui ninguém tem autoridade, de jeito nenhum, para cobrar coerência e ética
nesta verdadeira balbúrdia que vive o cenário nacional, em todos os Partidos,
especialmente o PT, que tanto lutou por ética neste País, que tanto lutou pela
transparência da coisa pública e que hoje, em Brasília, transformou a República
num balcão de negócios.
Eu quero dizer
ao meu amigo e querido Vereador, de quem eu gosto muito, Aldacir Oliboni, que
eu estou nesta Casa há quatros anos e meio, Verª Mônica, mas eu conheço esse
filme há dezesseis anos, porque o primeiro Projeto sobre nepotismo nesta Casa
foi do então Vereador, Vice-Prefeito e, depois, Prefeito desta Cidade João
Verle, que usou isso aqui como moeda de troca a vida inteira. Durante dezesseis
anos, botava o Projeto, tirava o Projeto, botava o Projeto, tirava o Projeto.
Eu acho que a Bancada do PT, desculpem-me, está equivocada, porque, se vocês
quisessem fazer mesmo isso, e estiveram durante dezesseis anos no Governo,
poderiam ter aprovado a matéria aqui nesta Casa, como aprovaram todos os
Projetos. O que eu estou dizendo aqui não tem nenhuma vírgula, porque, desde
1989, Ver. Caetano, Projetos sobre nepotismo da Bancada do PT eram colocados no
início de uma Legislatura e acabavam fazendo aqui o chamado “projeto
quero-quero”. O que é o “projeto quero-quero”? É aquele que é colocado com um
objetivo para atingir outro objetivo. Isso não está correto.
Eu não vou
medir a moral. Eu nunca empreguei parente nesta Casa, não vou empregar, não
tenho essa intenção, mas não vou nivelar as minhas relações nesta Casa dizendo
que alguém é mais ético ou menos ético porque emprega parentes. Para mim, quem
bota dinheiro público no bolso deveria ser escrachado em praça pública, e há
tantas outras coisas que acontecem na República.
Eu acho que
está na hora de fazermos uma discussão mais profunda. Quero dizer que a Bancada
do PT hoje não tem autoridade moral para falar em ética neste País. Não tem
autoridade! O que nós estamos vendo... um mar de lama neste País...
Desculpem-me! Eu quero dizer que todos os Partidos têm problemas, inclusive o meu!
Portanto, eu não vou aqui assacar, mas acho que esse debate está completamente
torto, está “jogando para a platéia”, isso aqui é um jogo de platéia. Não, nós
queremos passar a limpo várias questões, Ver. Dr. Goulart. Partido político não
é clube de santo, não foi feito para isso. Ninguém aqui das Bancadas é freira.
Todos aqui já estiveram no Governo, seja federal, seja estadual, seja
municipal.
Então,
desculpe-me, eu acho que um Projeto de nepotismo aqui na Casa, Ver. Elói, tinha
que partir da Mesa Diretora, se é que ele tem que partir. Ele não tem que
servir a um Vereador. Querendo fazer a coisa séria, todos os Líderes assinarão,
Ver. Dr. Goulart, por meio da Mesa Diretora, porque não servirá para que um
Vereador diga: “Porque eu estou colocando, eu sou contra ou a favor do
nepotismo”. Eu quero dizer que votarei favoravelmente, mas espero que o PT leve
para valer o Projeto dele, porque em dezesseis anos ele não levou para valer o
Projeto dele aqui nesta Casa. Durante dezesseis anos, esse Projeto tramitou na
Casa, saiu das gavetas, veio para o Plenário, foi para as Comissões, voltou
para as gavetas e voltou para o arquivo. Então está torta essa discussão.
Por isso, Sr.
Presidente, o meu agradecimento, mas acho que, com toda a certeza, existem
temas extremamente importantes, e esse é um tema importante, mas eu não quero
discutir a árvore, quero discutir a floresta. Eu poderia dizer, por exemplo,
que o Sr. José Dirceu tem a esposa empregada no Governo da República, o Sr.
Palocci tem a esposa empregada, o Sr. Aldo Rebelo tem a esposa empregada, o Sr.
Paulo Bernardo tem a esposa empregada, esse é um debate. Quer dizer então que
esses cidadãos, todos do PT da República - um Governo que nomeou 25 mil
pessoas, um Governo que nomeou 20 mil pessoas em Medida Provisória -, em nome
disso, vão dizer que são mais éticos do que os outros? Então eu acho que o
discurso, desculpe-me, está enveredado pelo caminho errado. Muito obrigado, Sr.
Presidente.
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Paulo Odone está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. PAULO ODONE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, eu pedi Comunicação de Líder, porque tenho que deixar muito clara a
minha posição e a posição da Verª Clênia, da Bancada do PPS, sobre esse
assunto. Esse tema de que estamos tratando deveria ser muito sério.
Infelizmente,
Sr. Presidente, eu encontrei conflito estabelecido sobre o tema. Quando fomos
procurados, eu e a Verª Clênia, há mais de uma semana, pelo Ver. Oliboni sobre se
nós apoiaríamos um Projeto sobre o nepotismo nos termos em que foi apresentado
na Assembléia - sabia ele e dizia que era semelhante ao Projeto aprovado na
Assembléia Legislativa, Ver. Sebastião Melo, e era, nós verificamos, sem
exageros -, dissemos que sim, coerente, porque desde lá já debatíamos e
pensávamos sobre isso; tínhamos aprovado Projeto assim, limitando a contratação
até um grau de parentesco, segundo grau. Então, apoiaríamos se viesse à Câmara
um Projeto. Foi o que dissemos.
Mas, Ver.
Oliboni, quando se quer aprovar um Projeto, não é assim, é exatamente ao
contrário. Se a gente aprova, debate e sustenta a tese, a gente até lamenta as
injustiças pessoais que se fazem. Ficou famoso na Assembléia Legislativa, e o
Ver. Sebastião, que é do PMDB, vai entender, o caso do meu colega de porta, o
Deputado Postal, que tinha o seu irmão como Chefe-de-Gabinete. O irmão do
Deputado Postal tinha uma carreira política igual à carreira dele, tanto que
depois foi Prefeito em Guaporé. Cada um caminhava no seu rumo e mutuamente se
ajudavam, viviam na mesma comunidade. Ali não havia, portanto, nenhum
favorecimento, nenhum resquício. A Verª Mônica Leal está anos nesta Casa, todos
nós - eu, fora desta Casa - testemunhávamos o seu trabalho assessorando o pai.
A ninguém caberia dizer que ela teve um benefício em família para aumentar a
renda do gabinete, não!
Então, quando
a gente defende uma tese e a tese é aprovada, ao contrário, lamentam-se algumas
injustiças e não se vai para casos pessoais, como dizer para a população: “Olha
a safadeza que é a Câmara ou a Prefeitura!” Desculpe-me, aí é querer derrotar o
Projeto. Quero dizer que respeito os casos individuais que possa haver, pois eu
não conheço nem a relação! Agora, se quer aprovar, debate-se assim: “Olha,
mesmo que se sacrifique algumas situações, vamos impor a tese, vamos sustentar
o porquê, vamos ver que freio se faz nos abusos, em nome da ética, da
moralidade política, pública, etc.” Ver. Oliboni, começando uma guerra
individual, uma caça às pessoas, não se aprova Projeto, nem se defende teses,
nem se convencem corações ou mentes. Aí constrange o Vereador por descobrir o
debate no ataque pessoal. Se o debate é pessoal, na panfletagem, na
disseminação, desculpem-me, eu quero estar fora dele. Mas, se o debate é por teses,
é de alto nível, impondo uma regra geral absolvendo até as particularidades
sacrificadas, aí podem contar comigo.
Acompanhei essa tese na
Assembléia Legislativa, acompanharei se for implantada no Congresso,
acompanharei nesta Casa se não for uma tese comprometida para se buscar as
questiúnculas pessoais, a disputa e o ataque de espaço político pessoal, porque
machuca, fere pessoas que estão nitidamente trabalhando com a sua convicção,
com a sua ética e não estão ferindo. O que nós temos que debater é: como isso
freia excesso, abuso? Como isso fere a ética no futuro? Como é que se coloca
uma regra geral? Por que é conveniente para a própria imagem, postura e
transparência da Casa? Essa é outra questão, mas “não” às agressões pessoais.
Àqueles, como o Ver. Braz, que foram atacados por mim e pela defesa da tese, as
minhas escusas e a minha solidariedade. (Palmas.)
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. RAUL CARRION: Exmo. Ver. Elói Guimarães, demais Vereadores e
Vereadoras, todos os que nos assistem, em primeiro lugar eu queria fazer um
convite a todos os Vereadores e Vereadoras desta Casa - a alguns já tive
oportunidade de fazê-lo pessoalmente - e também às pessoas que nos escutam,
para uma importante Audiência Pública que será feita com o Deputado Federal
Rubens Otone, Relator do Substitutivo ao Projeto de reforma política na Câmara
dos Deputados, que ocorrerá na próxima segunda-feira, dia 23, às 9h, no quarto
andar da Assembléia Legislativa, na sala Maurício Cardoso. Na ocasião, serão
debatidas as principais questões da reforma política: fim do voto nominal,
financiamento público das campanhas, fidelidade partidária, direito à federação
de Partidos, fim das coligações partidárias, cláusulas de barreiras e outros
pontos.
É importante
dizer que essa reforma política, Ver. Nereu D’Avila, está paralisada no
Congresso. A permanecer a atual legislação, prevê-se que restarão apenas de
três a quatro Partidos. Estariam condenados, só dos Partidos que têm
representação nesta Casa: PCdoB, PSB, PTB, PDT, PPS; PL, do Ver. Valdir; PP, do
Ver. Dib; e o PSL. Dos que têm Bancada aqui, esses correm risco forte de
desaparecem do ponto de vista parlamentar. Há uma exigência de 5% nacional e 2%
em nove Estados. Por isso, é uma questão democrática que essa reforma política
se realize. Então, nós convidamos todos os Vereadores.
Em segundo
lugar, eu queria fazer uma rápida referência à Audiência Pública ocorrida hoje,
pela manhã, na Comissão de Serviços Públicos da Assembléia Legislativa, sobre a
revitalização do Porto em Porto Alegre. Estive presente como Presidente da
CUTHAB. Contamos com a presença do Ministério dos Transportes, Superintendência
de Portos e Hidrovias do Estado, Conselho de Autoridades Portuárias,
Intersindical Portuária, operadores, usuários do Porto e assim por diante. E
uma coisa ficou patente: o abandono que se encontra, há anos, não é de hoje, o
Porto de Porto Alegre, enquanto atividade econômica.
Em 1996, mais
de duzentos navios aportavam lá, hoje esse número está reduzido para cerca de
setenta navios, o que dá um navio a cada cinco dias, Ver. Mário Fraga. Em 2003,
no orçamento herdado por Lula, nós tínhamos sessenta milhões para todos os
portos do Brasil, hoje - ainda não é o necessário - já são destinados 630
milhões. Em relação ao Porto de Porto Alegre, parece que a Prefeitura e o
Governo do Estado somente estão vendo, quando se fala em revitalização do
Porto, como lazer e cultura, mas o Porto é essencial para o Rio Grande do Sul,
para a cidade de Porto Alegre enquanto atividade econômica.
Para se ter
uma idéia, a região chamada de Metapolitana, que é um pouco mais ampla do que a
Metropolitana, abrange também o eixo da BR-116, e 80% do PIB, 70% das exportações
do Rio Grande do Sul e 90% da carga escoam pelo Porto de Rio Grande. Só que
hoje essa carga escoa por terra, e o custo rodoviário é o custo mais alto; as
ferrovias, as hidrovias, o transporte aquaviário, que é o mais barato, estão
sendo abandonados. Por isso é importante a discussão da revitalização do Porto
como atividade econômica.
Presidente
Elói, eu fiquei surpreso ao saber que existe uma Comissão Estadual e uma
Comissão Municipal sobre a revitalização do Porto. Eu disse ser fundamental a
Câmara participar dessa discussão. Surpreendi-me ao saber que a Câmara está
participando sem que a CUTHAB - Comissão de Transporte - esteja presente. A
Comissão Municipal está representada por um Vereador da Comissão de Saúde e
Meio Ambiente. Eu entendo, Vereador - e conversava com outros Vereadores da
CUTHAB -, que a CUTHAB deveria indicar a sua representação na Comissão Estadual
e Municipal da Revitalização do Porto, porque é sua função. A Comissão é que
indica os conselhos atinentes a ela. Então, eu deixo esse pedido a V. Exª.
Possivelmente porque foi uma reunião de afogadilho, V. Exª, como Presidente da
Casa, indicou um Vereador que não é da área, que não tem relação com o tema.
Essa é uma
discussão importante que vai prosseguir. Nós, no seminário que faremos no
próximo mês, vamos tratar disso, a CUTHAB está reivindicando a representação na
Comissão de Revitalização do Porto de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, esta Casa sente-se honrada por ter
sido escolhido para a Comissão do Porto o Ver. João Carlos Nedel, um Vereador
digno, muito competente e extremamente interessado nesse assunto. Qualquer
outro tipo de insinuação dessa ordem também deve merecer uma questão ética,
especialmente porque eles ficaram
sentados dezesseis anos em cima do projeto e agora querem reclamar.
O SR. RAUL CARRION: Ver. Elói, eu queria primeiro dizer que nem citei
o Vereador; a minha discussão não é sobre o Vereador, é sobre qual Comissão
deve indicar o representante na Comissão Municipal e na Comissão Estadual que
tratam do Porto da cidade de Porto Alegre. Existe uma Comissão de Urbanização,
Transporte e Habitação, e eu entendo que a revitalização do Centro tem a ver
com a urbanização e com o transporte, e não com saúde. Então, o nosso reparo
não é ao Vereador A ou B, mas à função que existe da nossa Comissão Permanente.
Acho o Ver. Nedel um ótimo Vereador. Muito obrigado.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: A voracidade de certos Vereadores se caracteriza,
exatamente, por ocupar todos os tipos de espaço, inclusive, talvez, se
autonomeando para os tipos de Comissão que nós sabemos que já existem em
funcionamento há bastante tempo, pois há muito tempo nós queremos ativar o
nosso Porto de Porto Alegre, e a Câmara está participando, e muito bem, Sr.
Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Está esclarecido.
Havendo
quórum, passamos à
Há uma
proposição, Ver. Mario Fraga, de consenso, e a Presidência ouve a manifestação
de V. Exª.
O SR. MARIO FRAGA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a inversão da ordem dos
trabalhos. Em primeiro lugar, o PR nº 074/05. Logo após, o PR nº 039/05, o PLL
nº 044/05, o PR nº 077/05. Depois, segue-se a ordem normal.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o Requerimento, de autoria do Ver.
Mario Fraga, solicitando a inversão da ordem dos trabalhos. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
VOTAÇÃO
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. N.º 1609/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO
N.º 074/05, de autoria do Ver.
Carlos Todeschini, que destina Sessão Solene alusiva à comemoração do
Aniversário da Extensão Rural no Rio Grande do Sul, a ser realizada,
anualmente, no dia 2 de junho, ou em data imediatamente posterior. Com Emenda n.º 01.
Observação:
-
incluído na Ordem do Dia, por força do art. 81 da LOM, em 16-05-05.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o PR nº 074/05. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com 02
votos contra.
Em votação a
Emenda nº 01 ao PR nº 074/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. N.º 0099/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO
N.º 039/05, de autoria do Ver.
Raul Carrion, que concede o prêmio artístico “Lupicínio Rodrigues” ao Grupo
Temático Pedagógico Ponto Z.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela
inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;
- da CECE. Relatora Ver.ª Manuela d'Ávila: pela
aprovação do Projeto.
Observação:
-
incluído na Ordem do Dia em 11-05-05.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PR nº 039/05. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. N.º 0997/05 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 044/05, de autoria do Ver. Ervino Besson, que concede o título honorífico de
Cidadão de Porto Alegre a Dom Dadeus Grings.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela
inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;
- da CECE. Relatora Ver.ª Sofia Cavedon: pela
aprovação do Projeto.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA – art. 82, §
2º, V, da LOM;
-
votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;
-
incluído na Ordem do Dia em 11-05-05.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLL nº 044/05. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. Em votação nominal. (Após a apuração nominal.) APROVADO por 30 votos SIM, pela unanimidade dos presentes.
Em votação o
Requerimento s/nº, de autoria do Ver. Raul Carrion, solicitando a retirada de
tramitação do PR nº 042/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em votação o
Requerimento s/nº, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, solicitando que seja
adiada a discussão do PLL nº 129/02 por cinco Sessões. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC. N.º 1785/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO
N.º 077/05, de autoria da Mesa
Diretora, que inclui art. 240 no Título X – Das Disposições Transitórias da
Resolução n.º 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores
(Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre). (PDDUA/Comissão Especial) Com Emenda n.º 02. Com Subemenda
n.º 02 à Emenda n.º 02.
Parecer Conjunto:
- da CCJ, CEFOR, CUTHAB e COSMAM. Relator-Geral Ver.
Raul Carrion: pela aprovação do Projeto, da Emenda n.º 02 e da Subemenda n.º 02
à Emenda n.º 02, e pela rejeição da Subemenda n.º 01 à Emenda n.º 02.
Observações:
- discussão geral nos
termos do art. 126,§ 1º, do Regimento da CMPA;
-
incluído na Ordem do Dia em 18-05-05;
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retirada a Emenda n.º 01;
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prejudicada a votação da Subemenda n.º 01 à Emenda n.º 02, nos termos do art.
55 do Regimento da CMPA.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PR nº 077/05. (Pausa.) O Ver. Adeli
Sell está com a palavra para discutir.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, senhoras e
senhores, finalmente, em 19 de maio de 2005, nós vamos começar a discutir o
Plano Diretor. Nós temos o compromisso legal de fazer a revisão do Plano
Diretor.
Eu quero
dizer, meus caros colegas, que não estou gostando do que estou vendo e ouvindo
nos bastidores. Quando a discussão deveria ser sobre o futuro da Cidade, a
correção do Plano Diretor, as incorreções deste Plano, eu ouço uma única
discussão: “Quem será o Presidente da Comissão de Revisão do Plano Diretor?
Quem será o Relator da Comissão do Plano Diretor? Quantas Subcomissões haverá
no Plano Diretor? Quem será o Relator das Áreas de Interesse Cultural? Afinal
de contas, está aqui o Porto Alegre Vive, o Moinhos Vive, o Petrópolis Vive, o
Viva Porto Alegre!”
Agora, o
debate, Ver. João Dib, os bons debates sobre esta Cidade eu não estou ouvindo e
não estou vendo! O que estou vendo, Vereador, são nuvens carregadas, pesadas.
Estou começando a ficar com medo, Ver. João Dib, muito medo do que se avizinha
por aí!
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Nobre Ver. Adeli Sell, eu nunca vi uma Comissão de 23 Vereadores para
informar os outros 12. Era melhor fazer a Comissão de 35 Vereadores, porque aí
dava tudo certo; ou, então, fazer como determina o Regimento Interno: 12
Vereadores. Nós temos 12 Bancadas, nós poderíamos ter 13 - o Presidente, pela
Mesa, indicaria o 13º. É um absurdo!
O SR. ADELI SELL: É, eu já ia convidar V. Exª para assinar a ficha no
Partido dos Trabalhadores, mas, afinal de contas, temos de respeitar as
posições partidárias e vejo que a sua aproximação conosco é uma maravilha, esta
Cidade ainda tem futuro.
Eu queria
lembrar um ídolo de V. Exª: Loureiro da Silva! Não fosse a ousadia desse
cidadão, o que seria de Porto Alegre entrando no Aeroporto pela Av. Farrapos?
Tinha todo o sentido discutir o tamanho daquela avenida. Agora, gente,
discutir, hoje, o tamanho de um edifício, se vai ter 17, ou não vai ter 17
andares, a volumetria...! Isso é discutir Plano Diretor? Esse é o debate que eu
estou vendo na fala de muita gente que está querendo tocar esse Plano. Com 23
Vereadores não funcionará, não funcionará! Porque são praticamente todos, e
alguns que ficaram fora, que não têm seus nomes na titularidade, vão poder
participar. Eu não estou inscrito na titularidade, mas vou participar
ativamente desse debate; aqui dentro, ali fora, nas Comissões, eu vou fazer o
debate!
Há quanto
tempo nós estamos vendo o Estaleiro Só se deteriorando? Eu já apresentei à
Prefeitura Municipal de Porto Alegre todos os dados possíveis sobre o Estaleiro
Só, inclusive a sua história, tudo gravado: o que custa, o que significa
aquilo, o que se pode fazer, juntei dados desde o bisneto do fundador do
Estaleiro Só, seu ex-Vice-Presidente, engenheiro que trabalhou 25 anos lá, a
comunidade; a Prefeitura estava hoje aqui junto em um evento que eu fiz.
Nós temos de
discutir economia da Cidade, para onde vai a economia de Porto Alegre, por aí,
sim, vamos fazer o verdadeiro debate sobre o Plano Diretor. Que bom que começou
o debate sobre o Plano Diretor, não vou esquecer o dia 19 de maio de 2005. Pela
primeira vez, neste ano, nós vamos discutir Plano Diretor, meu caro Ver.
Sebastião Melo; pela primeira vez, vamos enfrentar esse debate, vamos parar com
esse fuxico de bastidores para saber quem vai ser o Presidente, quem vai ser o
Relator, sub-relator, subcomissão, "subisso", "subaquilo",
e com relação a isso tudo há problemas. Há muitos problemas. Nós queremos é
discutir esta Cidade; nem para cá, nem para lá, mas uma Cidade que se constrói
para o futuro, para os seus filhos, para os séculos que virão por aí. Pena que
o meu tempo terminou, se tivesse mais tempo, eu falaria muito mais, Ver. João
Dib. Obrigado.
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
discutir o PR nº 077/05.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras e Srs. Vereadores,
eu não pretendia usar a tribuna, esperava que, num aparte, pudesse resolver o
problema; eu não tenho nenhuma afinidade com o Partido dos Trabalhadores, quero
deixar bem claro. Para mim só existe o certo e o errado. E vejo que uma
Comissão de 23 Vereadores para 35 é um absurdo. Eu vejo que disputam a
presidência, a relatoria; e eu, até agora - não vou ser modesto -, fui
Assessor, Engenheiro, Secretário de Transportes, Diretor do DMAE, Secretário de
Obras, representei - por essas colocações - a Prefeitura no Conselho do Plano
Diretor durante anos, eu fui Prefeito. Acho que, com tudo isso, aprendi alguma
coisa de Plano Diretor. Não quero ser Presidente, já vou esclarecer. Mas não
ouvi ninguém, aqui, falar no meu nome. Eu fico até estranhando que, para tratar
de uma matéria eminentemente técnica, alguém com a experiência de três Planos
Diretores não tenha sido lembrado.
Então, para
mim está certo ou errado. O Ver. Adeli Sell, meu amigo, que me desculpe, não
tenho nenhuma afinidade com o Partido dos Trabalhadores, tenho até algumas
contrariedades; quando eles estão certos, eu aplaudo. Saúde e PAZ!
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para
discutir o PR nº 077/05.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; meus colegas
Vereadores e colegas Vereadoras, este tema do Plano Diretor é, não só nesta
Legislatura, um tema sempre palpitante, de muita responsabilidade, que deve ser
tratado com muito equilíbrio.
Primeiro, é
importante resgatar que Porto Alegre, se formos analisar no contexto nacional,
tem um histórico de planejamento acima da média das capitais brasileiras. Isso
se deve a um conjunto de pessoas e a um conjunto de gestores.
Ouvi aqui
atentamente o Ver. Adeli; o nosso “Charrua”, o nosso Prefeito Loureiro da
Silva, teve uma visão de Cidade, nos anos 30, 40. Se ele não tivesse tomado
aquelas providências, esta Cidade, hoje com um milhão e quatrocentos mil
habitantes, estaria intrafegável, não só do ponto de vista do tráfego, mas do
ponto de vista do conjunto das suas ações.
Ora, a nossa
Lei diz que o Plano de 1999 deveria ter sido avaliado três anos após, Ver.
Adeli. V. Exas. estavam no Governo e não fizeram isso. Correto? Então, quero
dividir com V. Exª, de forma responsável; e acho que não foi por que não
quiseram, mas acabaram não fazendo. O ano passado foi um ano eleitoral, foram
feitas pequenas mudanças, a conta-gotas, e posso citar, por exemplo, a
regularização daquele prédio na Tristeza, a área do Porto Seco, e paramos por
aí. Foi um ano eleitoral, tornando-se impróprio para discutir essa matéria.
Além disso, a Lei fala na primeira revisão, atualização; enfim, pode-se chegar
à conclusão de que não precisa avaliar nada; a primeira avaliação deve
acontecer nos primeiros três anos, e, depois, cada gestão administrativa deve
produzir uma avaliação do Plano Diretor.
Então, com
relação à gestão que ora assume a Prefeitura - e V. Exª sabe que esta Casa, por
si só, não tem condições de avaliar o Plano Diretor; ela depende muito do
Executivo, através das suas Secretarias, das suas autarquias, do Conselho do
Plano Diretor -, estamos sob a égide de uma gestão administrativa que, por
determinação legal, pode fazer neste ano, no ano que vem, no terceiro ou no
quarto ano.
O Sr. Adeli Sell: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Sempre há lacunas
na vida de todos e de todas, e na nossa não foi diferente. Agora, neste Município
existem dois Poderes: Executivo e Legislativo. Nós fizemos uma modificação no
final de uma Legislatura, no final do ano passado, o Prefeito vetou e foi
mantido o Veto. Mudava alguma coisa aqui na Entrada da Cidade. As pessoas não
tiveram coragem de assumir o seu voto que deram no ano passado. As mesmas
pessoas votaram diferente aqui. O Vereador que está na SPM é Vereador aqui há
muito tempo. Então, tem de ter opinião. Eu tenho opinião sobre a Cidade: do
jeito que está não dá! É preciso mudar coisas do Plano Diretor, e há coisas
nebulosas, V. Exª sabe muito bem.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Bom, eu quero enfrentar, Ver. Adeli, com V. Exª, o
seguinte: o que diz o nosso Regimento Interno? Diz que as Comissões Especiais,
Ver. Gerson Almeida, têm de ser compostas por um terço dos Vereadores. Então,
se há 36 Vereadores, a Comissão, se eu fosse seguir rigorosamente o Regimento
desta Casa, Ver. Dib, deveria ter doze membros. É o que diz o Regimento.
Nós temos
antecedente dessa matéria: no ano passado havia dezessete Vereadores na
Comissão do Plano Diretor. Partiu-se de uma discussão, Ver. Adeli Sell, de que,
havendo nesta Casa hoje doze bancadas - eu tenho acompanhado essa discussão, a
Bancada de V. Exª tem discutido através da Verª Maristela Maffei, da Verª Maria
Celeste, do Ver. Comassetto, da Verª Margarete Moraes, do Ver. Todeschini -,
nenhum Partido ficaria sem representação no Plano Diretor. Essa foi a tese até
agora encampada. Mas essa matéria está em plena discussão. Essa matéria tem a
primeira discussão, aqui, na Câmara de Vereadores; ela pode ser emendada, Ver.
Braz, mas partiu-se do pressuposto de que todos os Partidos teriam
representantes, e, a partir dali, a Comissão se constituiria proporcionalmente.
E aí, Ver.
Adeli, chegou-se a 23 Vereadores, porque o Partido de V. Exª não abriu mão de
uma quinta vaga. É importante dizer isso aqui. Porque senão V. Exª faz um
discurso aqui que parece que não tem nada a ver. Não, a Bancada do PT que, em
tese, teria quatro representantes no Plano Diretor, se for aprovado dessa
forma, reivindicou uma participação a mais. Conseqüentemente o PDT entendeu
que, se o Partido dos Trabalhadores levasse mais uma, deveria também ter mais
uma. O PMDB e o PTB, Ver. Elias Vidal, nós poderíamos, com quatro Vereadores,
dizer que só dois Vereadores estão na Comissão. Dos Partidos aqui,
desculpem-me, mas nós estamos saindo, se formos olhar a proporcionalidade, as
nossas Bancadas estão tendo prejuízo. Mas nós tivemos a grandeza de dizer que
vamos ficar com dois Vereadores.
Então, eu
quero dizer que o importante - e tem razão o Ver. Adeli - é que a história se
repete, que a discussão de cargos se repete, isso é verdade! Portanto, não há
nenhuma novidade. Eu acho que o conteúdo é mais importante, eu acho que há um
clima, eu vejo isso em todas as Bancadas, de fazer uma profunda discussão sobre
os rumos desta Cidade. Eu vejo essa intenção, acho que é nesse cenário que nós
devemos navegar.
O Plano
Diretor de 1999 diz que teríamos que revitalizar o 4º Distrito, e passaram os
anos de 2000, 2001, 2002, 2003 e 2004, sob a gestão do PT, e isso não foi
enfrentado.
Vou encerrar,
mas ainda poderia falar do Centro, do Cais do Porto, da malha viária e da orla
do Guaíba! São temas que são candentes e que devem ser enfrentados. Então eu
acho que a hora é agora. Eu só acho que V. Exª tem que acertar o ponteiro com
sua Bancada, porque eu ouvi um discurso da sua Bancada sustentando os 23
Vereadores; V. Exª está sustentando menos Vereadores, então eu, sinceramente,
fiquei aqui numa confusão bárbara: se são 23 Vereadores ou, afinal de contas,
se é uma posição particular de V. Exª. Muito obrigado.
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para
discutir o PR nº 077/05.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs.
Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham
nas galerias e também pela TVCâmara, eu queria saudar a todos. Sem dúvida
nenhuma o Plano Diretor é uma responsabilidade deste mandato, uma das maiores
que nós, Vereadores, teremos.
Meu caro Ver.
Adeli Sell, temos de ter a consciência da responsabilidade de cada um de nós
com esta Cidade. Qual é a Cidade que nós queremos para o futuro? O futuro desta
Cidade está ligado ao Plano Diretor. Meu grande colega Ver. Adeli Sell,
ex-Secretário da SMIC, preocupou-me quando V. Exª disse desta tribuna há pouco:
“O que estou vendo e escutando nos bastidores me preocupa”. Meu caro Ver.
Adeli, não sei se já foram escolhidos oficialmente os Vereadores e as Bancadas
- acho que ainda não -, mas todas as Bancadas vão discutir o Plano Diretor,
inclusive o Partido de V. Exª Agora, quando V. Exª, pela sua Liderança, pela
sua história, diz que está preocupado com o que está ouvindo, preocupa até este
Vereador, porque eu confio em todos os Vereadores desta Casa, pela
responsabilidade que cada um de nós tem com a cidade de Porto Alegre. E, como
já disse, nós podemos discutir durante este mandato cinqüenta, cem, duzentos
processos, mas nenhum deles terá o peso da responsabilidade do Plano Diretor
desta Cidade. Nós temos de ter consciência disso, meu caro Ver. Adeli Sell.
Então, eu confio nos Vereadores que serão escolhidos para conduzir o Plano
Diretor, desde o seu Presidente até o seu Relator.
Enfim, esta
Casa, todos nós Vereadores temos de estar conscientes e confiar no grupo de
Vereadores que vai ser escolhido, para que juntos possamos fazer um Plano
Diretor que a Cidade espera - aliás, que já era para estar concluído há vários
anos. Como sobrou para esta Legislatura, nós temos de ter essa consciência,
essa competência e essa responsabilidade para discutir o Plano Diretor em todos
os segmentos da nossa Porto Alegre.
O Sr. Adeli Sell: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Vereador, eu vejo que V. Exª entrou com o espírito aberto para fazer a
discussão, porque o que eu ouço nos bastidores é o contrário: que vamos
discutir, o velho papo-furado de sempre, sobre o Plano Diretor, qual seja a
volumetria, se mais ou menos andares. E como será a economia da Zona Sul, onde
V. Exª tem uma forte inserção? Como será a economia? E as invasões que está
havendo, provocadas por uma meia dúzia de sem-vergonhas que invadem, para
depois a Prefeitura ter problemas em fazer habitação popular? Essa discussão
histérica e estéril que alguns estão levantando, que tudo virou área de
interesse disto e daquilo, etc e tal - será que é isso que nós queremos? Esse é
o debate que eu quero colocar. Vejo que V. Exª entrou bem, está com o espírito
positivo de discutir a cidade de Porto Alegre.
O SR. ERVINO BESSON: Sem dúvida, Ver. Adeli, acho que nós todos vamos
ter esse espírito aberto, claro e de amor à nossa Cidade. Isto que é
importante: a nossa Cidade, querida Porto Alegre que nos acolheu. A maioria dos
Vereadores que representa esta Cidade é oriunda do Interior, e, como Porto
Alegre nos acolheu com sorriso, temos de ter para com ela essa consciência e
responsabilidade.
Encerro, meu
caro Presidente, dizendo: eu confio plenamente nos Vereadores que serão
escolhidos, desde o Presidente até a Relatoria. Enfim, tenho a absoluta certeza
de que esse grupo de Vereadores fará um bom trabalho, porque são Vereadores que
têm consciência da sua responsabilidade. E, no fim, quando o Plano Diretor for
discutido com todos os seguimentos da nossa Porto Alegre, sem dúvida nenhuma
nós teremos aí um Plano Diretor que será orgulho para nós representantes da
nossa querida Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESENTE (Elói Guimarães): O Ver. Gerson Almeida está com a palavra para discutir o PR nº 077/05.
O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, independente do número, porque acho que essas são construções
regimentais difíceis, como foi lembrado... Participei da Comissão passada e
pareceu-me não ter havido tanta dificuldade para montá-la, até porque, talvez
pelas razões que o Ver. Sebastião Melo levantou, a expectativa de se aprofundar
muitas mudanças era relativamente pequena. No entanto, creio que a
proporcionalidade da composição dessas Comissões é algo extremamente fundamental
e necessário. Se eventualmente um ou outro bloco, ou Partido abdica de uma
representação, é uma questão que deve ficar no seu foro de decisão.
O Plano
Diretor da Cidade, que sofreu inúmeras críticas ao longo desses cinco anos em
que ele é realidade, também foi construído ao longo de cinco anos numa
tentativa de ampliar o espaço de decisão em congressos, em encontros, uma coisa
inédito na cidade de Porto Alegre. Eu reputo que aquele processo, por mais
incompleto que tenha sido, nos congressos da Cidade e nos encontros
construídos, igualou desiguais. Porque há um segmento que pela própria natureza
da sua atividade, profissional ou econômica, se especializa em discussões
urbanas. E o cidadão, de modo geral, em função das suas atividades, por não ser
especialista, por não ter interesse econômico direto nessa questão, muitas
vezes se relaciona com a Cidade de uma forma diferente - ou seja, se o meu
bairro, se a região que freqüento, da qual participo, está me dando melhores ou
piores posições.
No entanto, eu
acredito que, ao longo das discussões que ocorrerão no próximo período, vão
ficar claras menos as fragilidades - e eu gostaria que isto ficasse registrado
- e mais as virtudes do atual Plano, entre as quais eu reputo a de ter sido
colocado, à época, exatamente esse mecanismo da sua auto-avaliação. Não mais
uma avaliação teórica, uma avaliação em tese, mas a avaliação a partir de um
resultado prático, da execução prática em cinco anos.
Eu digo que a
maior parte das questões discutidas na época, os medos, os receios sobre o
Plano, não se comprovaram, a exemplo da Zona Rural. A idéia de que haveria um
loteamento generalizado, e mais, que haveria um custo sobre os terrenos a
partir do pagamento de IPTU exagerado não aconteceu. Agora, eu estou convencido
de que os principais problemas que se apresentaram no Plano Diretor não foram
objeto de debate na época de sua discussão, foram outros problemas
não-previstos, como, por exemplo, a extrema densificação de algumas áreas da
Cidade, não apenas nos corredores, como era a intenção do Plano, como
estimulava o Plano, a densificação extrema em alguns corredores, chamados
corredores de centralidade. A densificação foi para além dos corredores,
fazendo com que o dinamismo de alguns bairros fosse muito alterado, portanto
isso permitiu que um sujeito novo se organizasse na Cidade, uma nova voz
começasse a se apresentar na Cidade, que foi o movimento de vários bairros, de
vários cidadãos que até então, por razões bastante fáceis de entender, não se
interessavam, não dedicavam tempo sistemático a isso, mas passaram a dedicar
tempo quando começaram a ver uma transformação intensa, rápida e crescente nos
seus bairros.
Por isso,
senhoras e senhores, quero concluir dizendo que essa discussão é extremamente
importante, especialmente se soubermos ampliar para essas novas vozes que à
época, mesmo tendo espaços, congressos, seminários e tudo o mais, não puderam
se organizar suficientemente para discutir isso. E que possamos fazer uma
Comissão que tenha equilíbrio nas alterações do Plano.
E, por último,
a questão dos interesses culturais. Como parte do Governo que apresentou o
Decreto, digo que era extremamente necessário, com todas as imperfeições que
possa ter tido, porque foi uma postura positiva do Executivo em ver algumas dificuldades
não-previstas no Plano. Na prática, fizemos um mecanismo para conter aquela
continuidade, exatamente para que a discussão do Plano, Ver. Carlos Todeschini,
pudesse se dar num âmbito em que não fosse já desnecessária, ou seja, preservar
algo que já não existisse mais. Agora está na hora de ver as correções daquele
Decreto, as suas imperfeições, mas ele se deu num momento, a meu juízo,
importante e interessante.
Parece que
devemos firmar posição junto à Bancada governista de que nenhuma alteração naquele
Decreto seja feita antes de a conclusão do Plano Diretor ser realizada. Ver.
Todeschini, deveríamos pactuar isso em toda a Câmara, porque, Ver. Sebastião
Melo, V. Exª sabe que, se for alterado aquele Decreto, se o Governo tomar a
iniciativa de alterar o Decreto antes de a discussão ser feita, provavelmente,
nós teremos um prejuízo sério ao longo do processo de debate.
Então, veja
que nós continuamos numa situação em que aquele Decreto passou a ser uma trava
importante para que a discussão possa ser feita. Eu sei que tivemos o apoio de
V. Exª Muito obrigado. Então, essa é a manifestação que eu tinha a fazer.
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para
discutir o PR nº 077/05.
O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, pessoas que nos assistem, primeiro, eu entendo que esta Comissão é
necessária. O Plano Diretor da Cidade pode ser considerado a segunda principal
lei. Nós temos a Lei Orgânica, e penso que em hierarquia, Ver. Dib, o Plano
Diretor seria a segunda lei, depois temos inúmeros Códigos importantes, mas
aquele regulamenta o espaço urbano. Então é necessário.
Em segundo
lugar, se fosse, Ver. Sebastião Melo ou Ver. Dib também, uma Comissão de 12
membros, a Comissão Especial, tradicional, nós teríamos, pelo Regimento atual,
unicamente representados: o PT, o PDT, o PMDB, o PTB, o PSDB, o PP, o PCdoB e o
PPS. Os Partidos de Bancada unitária eu não sei se eles chegariam - eu não
tenho cálculo aqui - a ter o rodízio, mas se tivessem seria no rodízio da
sobra, rodízio de quatro Partidos em um só. E, pela importância dessa lei, nós
entendemos que - todas as vertentes de pensamento devem estar representadas -
seria uma injustiça. Por isso, a Casa caminhou no rumo de permitir que todos os
Partidos participassem dessa discussão do Plano Diretor.
E aí, tratando
matematicamente a questão, se chegou à conclusão de que uma Comissão de 22
membros permitiria, de acordo com o Regimento atual, a participação de todos os
Partidos. Isso decorre do art. 58, que trata das Comissões Temporárias,
afirmando que a representação numérica das Bancadas nas Comissões será
estabelecida com o seguinte cálculo: divide-se o número de Vereadores de cada
Bancada pelo número de Vereadores da Câmara, multiplica-se esse resultado pelo
número de integrantes da Comissão. Do resultado final do cálculo, serão
considerados números inteiros, aí entram os primeiros membros. As vagas
remanescentes são distribuídas às Bancadas sob forma de rodízio, a partir de
tabela organizada em ordem alfabética das Bancadas, contemplando as frações
decimais.
Então, esse
processo exigia 22 membros. Nós, no entendimento de caráter político, chegamos
ao número 23, que é um número ímpar, e, com isso, se fechou a Emenda que eu,
como Relator-Geral das Comissões, apresentei; na verdade, uma Subemenda. Além
disso, nessa Subemenda, nós tratamos a questão das Subcomissões a serem criadas
e dos Sub-Relatores a serem eleitos.
E havia uma
discussão, Ver. Todeschini, Ver. Brasinha, se seriam três Subcomissões, quatro
Subcomissões; alguns discutiam cinco Subcomissões. Qual é o entendimento deste
Relator? Que neste ano há esta situação, mas que, no ano que vem, pode haver
outra situação, e, no terceiro ano da Legislatura, pode existir outra situação;
no quarto ano, outra situação. Por que engessar que têm de ser três, que têm de
ser cinco? E os eixos temáticos serão A, B ou C? Porque a carência de hoje pode
não ser igual daqui a três anos; pode ser outra a carência. Então, nós
decidimos propor que o número de Comissões e de suas respectivas Subcomissões
deverá ser fixado quando da instalação da Comissão, que, aí, discutirá o que
será importante naquele determinado momento e distribuirá os temas e o número
de Comissões, porque nós só estamos aprovando o esqueleto. Nós ainda vamos ter
de aprovar a decisão da constituição da Comissão. Alguns Vereadores não se
deram conta disto: “Autoriza a criação de uma Comissão Especial de 23 membros”,
mas ainda não a está criando.
Em terceiro
lugar, nós definimos que essas Subcomissões não serão por programas, por
projetos - pois diminuiria o alcance das Subcomissões -, serão por eixos
temáticos.
Por fim, Ver.
Sebastião Melo, nós colocamos um parágrafo. Reconhecemos que é uma Comissão
grande, devido a essa questão regimental, e pode, se houver uma sistemática
falha de Vereadores, dificultar o seu funcionamento, o qual deverá ser baseado
no funcionamento das Subcomissões. Então, nós colocamos uma orientação no
sentido de que, no caso de um membro da Comissão faltar em três Reuniões,
haverá a perda do espaço e um recálculo do quorum. Ou seja, não haverá
substituição. Se verificarmos que determinadas Bancadas têm representação, mas
não têm uma presença assídua, nós não prejudicaremos o funcionamento da
Comissão.
Eu entendo que
esse esqueleto que foi constituído dá uma cobertura para um bom funcionamento
da Comissão e, ao mesmo tempo, de forma flexível, conforme a situação de cada
ano em que seja constituída a Comissão. Muito obrigado.
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para
discutir o PR nº 077/05.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras
Vereadores, Srs. Vereadores, público que nos assiste pelo Canal 16, público presente
nesta Casa, sem dúvida alguma, a Lei do Plano Diretor, que está em processo de
discussão e revisão, a partir deste momento, é uma das questões mais
importantes para o futuro e para o presente da Cidade.
Porto Alegre é
uma cidade que já tem uma tradição e uma cultura de planejamento de trabalho, o
que fez com que a nossa Cidade fosse menos afetada pelos efeitos da urbanização
desordenada que nós tivemos nas últimas quatro décadas. Isso não é um fator
menor. Os nossos Planos Diretores tiveram a participação dos urbanistas, dos
técnicos, dos pensadores do desenvolvimento urbano e, agora, como o grande
regramento do mundo moderno, porque o mundo moderno é, essencialmente, o mundo
urbano.
Nesse
contexto, em particular, é importante considerar as experiências e as
participações que ocorreram no período dos últimos dezesseis anos, porque houve
uma agregação de valor, de inteligência, de conhecimento, de técnicas
importantes no desenvolvimento, que vão completando os seus ciclos e que
precisam, como muito bem recomenda o último Plano Diretor, de atualização
através da revisão, que é o processo que nós estamos iniciando agora neste
debate. Nesse sentido, é muito importante considerar a expressão e a
experiência aportada nessas quase duas décadas pela Frente Popular, pelos
técnicos, pela liderança que esteve, no período, na condução das políticas de
desenvolvimento da Cidade.
Evidentemente,
muitas coisas do último Plano Diretor precisam ser revisadas, e assim o Plano
foi concebido, para que ele entre na dinâmica atual e moderna, para que
preparem as próximas décadas com o desenvolvimento adequado e para que oriente
a melhor forma para a Cidade.
É importante
que esta Casa considere a força, a expressão e a participação da Frente
Popular, porque foi quem esteve à testa, repito, do processo de desenvolvimento
do Plano Diretor nessas quase duas décadas, por estar no protagonismo do Poder
Executivo. Agora, não menos importante é esta Casa, a Câmara, porque a ela
caberá as decisões finais, as tomadas de posição, as definições sobre como será
e o que resultará da revisão desse Plano Diretor ora em reavaliação.
Nós temos
temas muito importantes, e o Ver. Raul Carrion colocava a necessidade de ser
feita uma dinâmica possibilitando a revisão no próprio curso da discussão, de
modo que ela possa ser o mais rica e abrangente possível. Citava ele vários
aspectos, podemos ter três, quatro, cinco ou sete comissões, sejam elas quantas
forem necessárias. Nós já temos no atual Plano sete estratégias definidas e
importantes, e elas devem dar conta novamente dos problemas de transporte, dos
problemas do adensamento urbano, dos problemas da participação popular, dos
problemas já elencados do meio ambiente e, de forma sistemática, todos os
outros. E por que não poderíamos levantar também que o Plano Diretor dê conta
da problemática da Segurança Pública, prevendo as formas de organização das
forças que combatem o crime e a violência, sendo esse, talvez, um dos maiores
problemas modernos, da atualidade, um dos que mais afligem as pessoas por se
tratar de um tema que afeta praticamente a todos?
E, assim, eu
creio que nós devemos produzir um debate avançado, moderno, que dê conta, sim,
de responder aos desafios da Cidade do futuro, mas com uma inserção no
presente, atacando os problemas e transformando o Plano Diretor num instrumento
do desenvolvimento harmônico, equilibrado, para o bem-estar da Cidade, das
presentes e futuras gerações. Essa eu creio ser a nossa grande
responsabilidade, creio ser o papel que devemos estar desempenhando agora neste
Projeto. Muito obrigado pela atenção, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadores e público presente.
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para
discutir o PR nº 077/05, por cedência de tempo do Ver. Haroldo de Souza.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, retorno a esta tribuna para
continuar esse debate que não foi conclusivo e que não será conclusivo com esta
fala, mas gostaria de expor duas questões, Ver. Nereu. O Plano de 1999 estabeleceu
nas suas Disposições Transitórias, Ver. Comassetto - V. Exª foi coordenador do
Plano no Extremo Sul -, por exemplo, no art. 161 (Lê.): “Ficam definidos os
seguintes prazos para a elaboração de projetos e regulamentações a partir da
publicação desta Lei: II - 180 (cento e oitenta dias) para definição dos
limites das Áreas e Lugares de Interesse Cultural...”. Isso só veio, Verª
Neuza, três, quatro anos depois, por meio de Decreto-Lei. E eu tenho aqui um
rol de doze, treze, quatorze determinações que o próprio Plano estabeleceu. Se
eu perguntar a V. Exª, hoje, se Porto Alegre tem uma malha viária definitiva, a
resposta seria “não”. Existe um esboço de uma malha viária, a qual vem se
repetindo nos Planos Diretores, mas existem algumas interrogações que precisam
ser enfrentadas. Exemplo: a Radial Anita, que possui dois traçados. E a
atualização do Plano Diretor, Ver. Elói, tem que definir: afinal de contas, a
Radial Anita vai sair num dos traçados ou num terceiro traçado que não é nenhum
dos dois?
Em segundo
lugar, o nosso rio. De todas as belezas naturais que existem em Porto Alegre...
Ver. Adeli, se hoje o rio estivesse despoluído e a população pudesse acessá-lo,
por onde ela teria acesso ao rio no sentido de balneabilidade? Portanto, o
Plano Diretor tem de enfrentar a questão da orla do Guaíba, porque as ocupações
tomaram a orla do Guaíba de forma desenfreada! E isso foi feito por gente
graúda que construiu verdadeiras mansões! E essas pessoas ficam nas suas
mansões particulares utilizando um bem que é público! E todo o mundo faz de
conta que isso não é conosco! Não, isso é conosco, sim! Nós temos que enfrentar
isso no Plano Diretor.
O Sr. Adeli Sell: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Eu quero o parabenizar. Agora nós estamos começando a discutir, porque, de
fato, como V. Exª chega ao Guaíba pela Zona Norte? Alguns antigos clubes, com
todos os seus méritos... E o Parque Náutico não é um espaço público para dar
acessibilidade? Vamos deixar aquela área ser tomada como no passado foi tomada
quando se chamava Doca Turística?
O SR. SEBASTIÃO MELO: Correto.
O Sr. Adeli Sell: Quanto às mansões a que V. Exª se refere, vamos continuar esse debate
estéril e histérico sobre o Delta do Jacuí? E a gente não decide se é uma APA,
se não é APA, e deixamos de cobrar IPTU, deixamos de cobrar tributos daquelas
mansões. E vamos continuar do jeito que está, com essa firula para que haja
invasões e invasões e assim o Delta se vá? Muito bem, Vereador, agora sim. Se
eu estivesse na Comissão, eu já começaria a pensar em quem eu escolheria para
Presidente.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Vou pegar outro tema, Ver. Adeli. O nosso Plano
Diretor tem um dispositivo sobre a questão fiscal da Cidade. Nos últimos dez
anos, Ver. Brasinha, a arrecadação do ISSQN nesta Cidade vem caindo, significa
que ela tem tido menos desenvolvimento, porque eu vou medir o desenvolvimento
justamente pelo ISSQN! E essa é uma matéria que tem de ser enfrentada, Ver.
Ervino Besson, na questão do Plano Diretor!
Veja, por
exemplo, a questão das recapagens de pneus, os proprietários dizem: “Eu vou
embora de Porto Alegre.” Por que, Brasinha? V. Exª é dessa área, isso significa
o seguinte: em Canoas é 2%; em Eldorado, 2%; e, em Porto Alegre, paga-se 5%
para recapar os pneus! E aí nós vamos perder mais uma indústria, não é? Nós
temos que aumentar a base de arrecadação e diminuir alíquotas! É correto que a
recapagem de pneus, Ver. Adeli, pague 5% na cidade de Porto Alegre e as
empresas de leasing paguem 2%, Ver.
Carrion? Quer dizer que eu estou estimulando, incentivando o setor improdutivo
quando concedo alíquota de 2% para quem faz transação financeira e ainda não
recolhe tributo em Porto Alegre, penalizando o setor produtivo? Isso é
enfrentar um debate aqui do Plano Diretor! Então, tem razão V. Exª, Ver. Adeli,
nós “não temos que discutir a árvore, temos que discutir a floresta” desse
Plano!
Por exemplo,
eu não sou contra a miscigenação, mas o que houve na Cidade Baixa é uma
polarização! Os bares que foram fechados em alguns lugares, entre eles o Bom
Fim, foram transferidos! Onde era padaria, café, virou bar! Houve uma
polarização! Então, está correto que a Dona Maria, a Dona Eva, a Dona Joana,
que estão lá há sessenta anos, criaram seus filhos, seus netos, agora não
tenham condições de dormir? Isso tem de ser enfrentado. Por outro lado, os
bares criam emprego, têm os seus funcionários, então isso tem de ser enfrentado
no Plano Diretor! E os recuos de calçada, os recuos de estacionamento que não
são cumpridos? V. Exª foi Secretário da SMIC e sabe disso.
Quanto ao
zoneamento, alguém vai dizer: ”Eu quero casa noturna só no zoneamento”. Esses
são temas que têm que vir para a Comissão do Plano Diretor. E aí me desculpem
esse discurso reducionista que apenas enfrenta a questão da volumetria, ele tem
que ser enfrentado. Agora, muitas vezes, eu acho que tem que discutir a
densidade, e não apenas a densidade, não apenas se um edifício é mais alto ou
menos alto. Eu tenho que saber se, por exemplo, no bairro Moinhos de Vento, ou
se no bairro Menino Deus, a quantidade de pessoas que está morando lá está
correta ou não.
Então, esses
temas me parecem que são extremamente importantes, e eu tenho certeza de que
essa Comissão há de fazer a discussão. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para
discutir o PR nº 077/05.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; prezados
Vereadores, Vereadoras, público que nos assiste, o tema em pauta é a
constituição da Comissão de análise desse primeiro período do Plano Diretor.
Prezados colegas e prezados ouvintes, este é o termo correto: Comissão de
Avaliação do Plano Diretor, não uma Comissão para constituir um novo Plano
Diretor.
Nós precisamos nos ajustar, Ver.
Sebastião, na questão do calendário. Quando foi aprovada essa Lei, no ano de
2000, foi dito: “A cada gestão administrativa deveria acontecer uma conferência
municipal de avaliação do Plano Diretor, sendo que a primeira deverá ocorrer no
terceiro ano após a publicação desta Lei”. A Lei foi publicada no ano de 2000,
portanto se passaram os anos de 2001, 2002, 2003, e foi realizada, no ano de
2003, uma conferência municipal para avaliação do Plano Diretor. O resultado
dessa Comissão foi enviado a esta Casa, que, no ano passado, constituiu uma
Comissão Especial que não conseguiu dar o encaminhamento necessário.
Estou trazendo
isso para dizer que houve justeza, houve cumprimento, sob o ponto de vista
legal, por parte do Executivo e da Cidade. Se a Câmara, no ano passado, não
conseguiu fazer a avaliação, nós temos que tirar disso, Ver. Sebastião Melo,
uma lição e não dizer que não foi feita a avaliação por parte do Executivo.
Nós temos de
ter clareza a respeito dessa análise. A Comissão que está sendo sugerida agora
é uma Comissão bastante ampla, para que contemple todos os Partidos políticos.
A orientação para que a Comissão contenha todos os Partidos políticos tem um
significado muito importante: o de que haja a representação de todos os
segmentos da Cidade, podendo analisar, discutir por intermédio das partes
políticas que representam e compõem esta Casa. Agora, não podemos esquecer que
essa Comissão é uma parte do Processo iniciado em 1995. Esse Processo foi
constituído para elaborar o Plano Diretor, aprovado no ano 2000, essa Comissão
deverá, neste momento, dar continuidade a todo esse histórico.
Quero falar
sobre isso porque esse histórico, esse conhecimento sobre a Cidade, acumulado
seja pelos políticos, seja pelos técnicos, seja pela sociedade, não se pode
perder como processo. E o acúmulo - e aqui, sim, dialogamos com a nova base de
sustentação do Governo - que se constituiu nesses dez anos, desde o momento em
que se começou a discutir, aprovou-se e se aplicou o Plano nos primeiros quatro
anos e meio hoje, precisa ser transmitido, neste momento, e dialogado com todos
os Partidos.
Portanto, a
Comissão com 23 Vereadores tem o objetivo de trazer a representação da
proporcionalidade, que não deve e não poderá ser só numérica, ela deve e poderá
- e deverá, sim - ser constituída nesse conteúdo histórico que constituiu esse
Projeto até então, que é um Plano Diretor da cidade de Porto Alegre, que é a
segunda lei em importância da Cidade depois da Lei Orgânica Municipal, pois ela
regra todo o desenvolvimento que devemos ter. Existem conflitos? Não há cidade
que queira evoluir que não traga conflito nas suas complexidades.
Portanto,
creio que esse debate que iniciamos hoje e a orientação que temos para
constituir essa Comissão, para concluir, Sr. Presidente, representam essa pluralidade
que tem que estar representada politicamente, numericamente, mas também no
conteúdo histórico que foi construído para darmos continuidade. Muito obrigado.
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para
discutir o PR nº 077/05.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; nobres Pares e
público que acompanha os debates, a discussão do Plano Diretor se reveste de um
momento muito importante para a Cidade, especialmente em face dos compromissos
assumidos não pelo Governo do PT, mas pelo Governo desta Cidade na conferência
da Cidade sobre o Plano Diretor, portanto a serem cumpridos; o Governo assumiu
compromissos de monitoramento deste Plano construído com a sociedade, construído
com esta Casa. E, na minha opinião, um pouco assustada, como está o Ver. Adeli
Sell, isso torna mais urgente e preocupante em função de algumas evidências que
estão sendo apresentadas pelo Governo Fogaça em relação a aspectos fundamentais
que compõem o Plano Diretor.
E, aí,
remeto-me ao que há pouco o Ver. Comassetto falava aqui nesta tribuna, que o
Governo da Frente Popular cumpriu o seu compromisso com o Plano Diretor,
realizou, em 2003, uma conferência que determinou um estudo de monitoramento
das conseqüências da aplicação do novo Plano Diretor. Esse estudo foi levado a
cabo durante o ano de 2004, e o novo Governo, exatamente o Secretário de
Planejamento do Governo Fogaça, Vereador desta Casa, afasta os arquitetos antes
de concluir o trabalho. O jornal Já é que denuncia isso. Esses arquitetos
competentes do Planejamento debruçaram-se no estudo sobre quatro bairros desta
Cidade e indicaram, alertaram e acenderam o sinal amarelo de que esses bairros,
pela aplicação do Plano Diretor, já estão superpovoados, indicando um sentido
economicamente não-favorável para a Cidade, para a cidadania. Para a Cidade, no
sentido da infra-estrutura necessária, da superutilização do espaço, trazendo
conseqüências sérias ao meio ambiente, à circulação e à própria qualidade de
vida das pessoas.
O que faz o
Secretário ao tomar conhecimento desse trabalho? Não só engaveta, como afasta
os arquitetos que deveriam continuar esse estudo para os demais bairros da
Cidade, estudo fundamental para que os Vereadores desta Casa, ao constituírem a
Comissão, possam ter elementos para avaliar bem se o Plano Diretor votado aqui
é viável ou não. Esse estudo que só foi feito em quatro bairros indica que,
continuando a aplicação dos critérios determinados pelo Plano Diretor, alguns
bairros se tornarão insustentáveis econômica e ambientalmente.
E o que faz o Governo Fogaça?
Afasta os arquitetos, não permite a continuidade do trabalho e afirma que tem
outras prioridades! Mas como “outras prioridades” diante da necessária revisão
do Plano Diretor, diante da resposta à Cidade organizada sob o monitoramento
deste Plano Diretor e diante da imperiosidade de esta Câmara determinar se
segue por ali ou se modifica?
Outro elemento
sério, um exemplo emblemático, é o caso da Casa da Estrela, em Petrópolis, que
se tornou símbolo da luta da resistência e da luta pela regulamentação das
Áreas de Interesse Cultural. Nós temos um Parecer de 2004 da SMAM, do
Planejamento e da Cultura, aliás, três Pareceres que dizem que não é possível
demolir aquela casa, uma casa que está indicada para ser listada como
patrimônio cultural pelo seu entorno característico, histórico. E recebemos
notícia comprovada, e já copiada, de uma mudança de Parecer no Planejamento,
que há um novo Parecer dando direito adquirido à moradora para que possa
construir um prédio ali de sete, oito, nove, dez, onze andares, que termina com
a escadaria, com a paineira e com a Casa da Estrela. Então, se estamos mudando,
revendo Pareceres, estamos desrespeitando o acumulado pela Cidade até aqui, e
urge que esta Câmara se levante, faça discussão e monitore, não podemos passar
por cima de uma luta da sociedade pela qualidade de vida. E essa é a nossa
tarefa do Plano Diretor.
(Não revisado
pela oradora.)
O SR.PRESIDENTE (Elói Guimarães): Visivelmente, não há quórum.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a
Sessão às 18h31min.)
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